Retirada de Biden da corrida presidencial evidencia o contraste entre os partidos Democrata e Republicano

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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, surpreendeu a nação ao anunciar que não buscará a reeleição em 2024, optando por apoiar a vice-presidente Kamala Harris como candidata democrata.

A decisão, comunicada via Twitter, deixou funcionários da Casa Branca e assessores de campanha perplexos.

A reação em Delaware, estado natal de Biden, foi semelhante, com oficiais de campanha admitindo que não tinham conhecimento prévio da decisão.

Este é o terceiro ciclo eleitoral consecutivo em que as elites do Partido Democrata parecem ter influenciado decisivamente na escolha do candidato presidencial, em detrimento do processo democrático.

Em 2016, o Comitê Nacional Democrata foi acusado de favorecer Hillary Clinton em detrimento de Bernie Sanders. Em 2020, a saída coordenada de Pete Buttigieg e Amy Klobuchar da corrida foi vista como uma estratégia para garantir a vitória de Joe Biden, dividindo o voto progressista.

Agora, em 2024, com a retirada de Biden e seu apoio declarado a Kamala Harris, muitos veem uma repetição desse padrão.

Harris, que teve um desempenho fraco nas primárias de 2020, desistindo após queda nas pesquisas, agora se vê como a escolhida pela elite do partido, sem uma primária aberta e competitiva.

Embora formalmente dentro das regras, a maneira como a liderança democrata conduziu esses processos levanta questões sobre a essência democrática do partido. A democracia deveria permitir que os eleitores escolham seus candidatos, mas decisões centralizadas e influências de um pequeno grupo de doadores e elites midiáticas parecem ter subvertido essa premissa.

O contraste com o Partido Republicano é marcante. Em 2016, os eleitores republicanos desafiaram as preferências de suas próprias elites para nomear Donald Trump. Já os democratas, nas últimas três eleições, optaram por candidatos alinhados com o establishment.

Esse cenário levanta uma reflexão profunda sobre o papel das elites partidárias na democracia americana e a capacidade dos eleitores de exercerem plenamente seu poder de escolha.

Foto de Carlos Arouck

Carlos Arouck

Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.

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