Não sei se vocês notaram, mas Janja sumiu do noticiário depois de sua “performance” nas enchentes do RS.
Lula já viajou para o exterior algumas vezes e a primeira-dama não apareceu em nenhuma foto.
A overdose da influencer das águas deve ter acendido um sinal amarelo no Planalto.
Mas parece que as redações estão com saudades da Janja.
O Estadão dedica uma página inteira à “influência da primeira-dama na comunicação do governo” e ao seu “futuro político” como uma “renovação do PT”.
Janja não quis falar com a reportagem. Leia-se: Lula não quis que a mulher falasse com a reportagem.
A matéria diz que Janja não pode se candidatar a qualquer cargo eletivo porque tem parentesco com Lula. É verdade, essa é a lei. Mas não explica porque Janja, com todo o seu talento político, não se candidatou, por exemplo, a deputada federal em 2022, quando seu marido ainda não era presidente.
Perdeu a chance de demonstrar que tem brilho próprio, e agora é só a protegida de Lula.
Com todo respeito às donas de casa (profissão subestimada no mundo inteiro), Janja é uma dona de casa que se mete na empresa do marido com o beneplácito do marido.
Como agora não há como medir se tem alguma densidade política independentemente de Lula, restam essas reportagens de intrigas palacianas, quase da mesma natureza das fofocas da família real britânica. A diferença é que o que acontece com o rei Charles e sua família pouco importa para os destinos da nação.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
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