Quem é o cúmplice intelectual do atirador infiltrado que tentou matar Donald Trump?

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Atirador morto no atentado contra Donald Trump era registrado pelo Partido Republicano, mas também era doador de um comitê progressista que apoia o presidente Joe Biden em sua tentativa de reeleição.

Apesar de as autoridades e agências de segurança dos Estados Unidos ainda não terem todas as respostas para o que motivou a tentativa de assassinato do candidato e

ex-presidente conservador Donald Trump, algumas observações não precisam de tantas investigações para serem entendidas como um evento premeditado.

O autor dos disparos, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, era oficialmente registrado como eleitor do Partido Republicano para sua primeira participação no processo eleitoral americano.

No entanto, um detalhe chamou a atenção: Crooks fez uma doação de US$ 15 a um comitê de esquerda que apoia o Partido Democrata no dia em que Joe Biden foi empossado presidente, em 2021.

Diante disso, é evidente que a premeditação já ocorria há alguns anos. Agora resta saber se o jovem assassino, que foi abatido logo após efetuar os disparos contra Donald Trump, agia como “lobo solitário” ou se teve algum cúmplice e incentivador intelectual para realizar essa ousada investida contra a democracia americana.

A história recente dos Estados Unidos mostra diversos casos de indivíduos que foram influenciados por cúmplices intelectuais a cometer atos de violência.

Charles Manson, por exemplo, liderou a "Família Manson" em uma série de assassinatos brutais, incluindo o assassinato da atriz Sharon Tate em 1969.

Da mesma forma, Jim Jones, líder da seita "Templo dos Povos", conduziu seus seguidores ao massacre de Jonestown em 1978, resultando na morte de mais de 900 pessoas.

Outro caso notório é o de Ted Kaczynski, o Unabomber, cujas crenças extremistas sobre a tecnologia moderna o levaram a enviar cartas-bomba que mataram três pessoas e feriram 23 entre 1978 e 1995.

Timothy McVeigh, influenciado por grupos de milícias anti governamentais, realizou o atentado a bomba no Edifício Federal Murrah em Oklahoma City em 1995, matando 168 pessoas.

Esses exemplos ilustram como indivíduos podem ser levados a cometer atos de extrema violência em nome de líderes carismáticos.

A cumplicidade pode ser incentivada por uma ação direta em um conjunto de auxílios de um premeditado crime ou indiretamente através de mensagens subliminares embutidas, por exemplo, em discursos políticos ou em frases de ordem.

Vários estudos psicológicos abordam a influência de cúmplices intelectuais na radicalização e no comportamento violento. Um exemplo relevante é a pesquisa realizada por Gøtzsche-Astrup, que revisa e avalia os mecanismos de radicalização política, destacando a importância das dinâmicas de grupo e da manipulação cognitiva no processo de radicalização (SpringerLink).

Outro estudo significativo é o de Irene González e colegas, que investigam as técnicas de manipulação psicológica usadas para radicalizar membros de células terroristas, como o controle cognitivo e emocional, a identificação grupal e a liderança autoritária (Frontiers).

Esses estudos mostram que a radicalização não ocorre apenas devido à ideologia pessoal, mas também através de manipulação psicológica e social por parte de líderes e cúmplices intelectuais que influenciam os indivíduos a adotar comportamentos extremistas.

Para entender melhor como esses mecanismos podem estar presentes em situações contemporâneas, como o atentado contra Donald Trump, é importante considerar esses fatores psicológicos e sociais.

A radicalização de Thomas Matthew Crooks pode ter sido facilitada por influências ideológicas complexas e manipulação psicológica, refletindo padrões observados em outros contextos de radicalização.

Esses insights ajudam a esclarecer como cúmplices intelectuais podem ter um papel crucial na facilitação de atos violentos, ao moldar as crenças e ações de indivíduos vulneráveis.

Contudo, independente de especulações fundadas em análises comparando o evento atual com acontecimentos da própria história americana, é crucial esperar as investigações dos órgãos oficiais para determinar se Thomas Matthew Crooks teve acesso a influências semelhantes que possam ter moldado suas ações, garantindo assim que futuras ameaças à segurança nacional possam ser prevenidas.

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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