A nova era da criminalidade atinge o Brasil: Ataques com drones carregados com explosivos

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Com a vitória do Lula nas últimas eleições, a criatura nesse país que tinha o mínimo de esclarecimento já sabia que a conquista era, na verdade, do crime organizado. 

O que ninguém poderia imaginar é que o avanço dessa criminalidade organizada chegaria à estratosfera em tão pouco tempo.

No que se refere ao fortalecimento das facções criminosas e à respectiva crise na segurança pública, o grande divisor de águas, como todos sabem, foi a infeliz decisão do Ministro Edson Fachin na ADPF 635, em junho de 2020, que proibiu a polícia de realizar operações nas comunidades.

As barricadas concretadas nas vias de acesso limitam até onde o Estado se faz presente e onde começa o território dominado pelas organizações. A partir desse momento, as facções criminosas oficialmente passaram a ter absoluto comando sobre seus territórios.

Como se não bastasse, a perversa política publica criminal de desencarceramento, as saidinhas e progressões de regime desenfreadas, abriu os portões das penitenciárias, soltando delinquentes contumazes e perigosos – engrossando o exército do crime.

A polícia prende o mesmo ladrão toda semana, pois a Justiça o solta na audiência de custódia.

E ainda querem culpar o Governador do Rio por essa situação caótica que o Estado atravessa na questão da segurança pública. Ora, é muita hipocrisia...

Enfim, agora podemos dizer que se estabeleceu o Império do Crime no nosso país. Já estamos vivendo uma nova era da criminalidade. A guerra urbana foi institucionalizada.

A tal ponto chegou a ousadia desses delinquentes que começaram a atacar o território da facção inimiga com drones - repletos de explosivos.

Eles deram um passo na frente da polícia dessa vez. A nossa polícia não está preparada para combater essa tecnologia a serviço do mal – e isso é preocupante.

Na semana passada, traficantes da Cidade Alta, localizada em Cordovil, região dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), utilizaram um drone para jogar uma granada nos criminosos do Comando Vermelho (CV) na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, que ficaram feridos.

Você não precisa ser especialista em segurança pública para deduzir que esse “modus operandi” chegou para ficar. Por enquanto ficará limitado à guerra entre facções ou nos confrontos com a polícia, mas rapidamente será utilizado para a prática dos crimes mais diversos.

Tudo isso é consequência dessa impunidade que reina em nosso país. O Brasil virou o apogeu da impunidade – um narco-estado.

Imaginem a situação de um empresário ter que pagar uma vultosa quantia para criminosos, porque recebeu um vídeo da sua filha brincando no quintal de casa...

As famílias carentes moradoras das comunidades, na verdade, foram abandonadas pelo Estado e jogadas às bocas dos leões. Pergunte a um pai se ele prefere que a segurança da sua família seja garantida pela polícia ou pelo traficante local. Os trabalhadores, pagadores de impostos, são obrigados a comerem nas mãos dos delinquentes – viraram reféns deles.

Tudo isso por conta de uma decisão do Fachin que, estranhamente, até hoje não foi revogada.

Porém, essa nova era da criminalidade já ameaça as próprias autoridades – ou será que os condomínios de luxo passarão a ter artilharia de combate antiaéreo?

Agora, pode ser que revoguem essa aberração jurídica subscrita na ADPF 635, porque a maneira mais eficaz de se combater os drones será atacando na raiz do problema: acabando com os territórios do tráfico.

O Brasil clama pela revogação da inconsistente decisão do Ministro Fachin.

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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