Extrema-Esquerda da França acende alerta dos conservadores, Americanos e aliados
08/07/2024 às 18:40 Ler na área do assinantePartidos socialistas e de extrema-esquerda conquistaram ontem, na França (domingo, 07), 182 assentos na Assembleia Nacional.
No entanto, essa inesperada “vitória" ainda está bem abaixo dos 289 assentos necessários para alcançar a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, que possui um total de 577 cadeiras.
Alguns analistas consideram a possibilidade de uma união da esquerda com os partidos de centro, representados pela coligação governista "Juntos", que obteve 168 assentos.
Essa união garantiria não só a votação das pautas socialistas, como também a aprovação do novo primeiro-ministro, que será indicado pelo presidente Emmanuel Macron, ainda sem data definida.
Por que isso é considerado péssimo não só para os conservadores franceses, mas para o resto do mundo, principalmente para a Europa Ocidental e aliados dos Estados Unidos?
O medo de que a França se transforme em uma nação muçulmana entre alguns franceses pode ser atribuído a uma combinação de fatores culturais, sociais, políticos e demográficos.
O aumento da população muçulmana devido à imigração e altas taxas de natalidade gera preocupações sobre mudanças no tecido demográfico e na identidade cultural do país. Atualmente, estima-se que a população muçulmana na França seja de cerca de 5 a 6 milhões de pessoas, representando aproximadamente 8-9% da população total.
Apesar de a maioria ser pacífica, ataques terroristas realizados por extremistas islâmicos nos últimos 10 anos aumentaram o medo e a desconfiança em relação à população muçulmana.
Esses fatores combinados criam uma atmosfera de ansiedade e medo, levando alguns a temer que a França possa se tornar uma nação muçulmana no futuro, ou pior, uma "base" na Europa para lançamento de ataques terroristas contra países que possuem bases militares no Oriente Médio, principalmente aliados dos Estados Unidos.
A França, hoje, representa para a Europa Ocidental o mesmo que Cuba representou para os estadunidenses durante a Crise dos Mísseis em 1962.
Vale ressaltar que o debate sobre a imigração e a presença muçulmana na França é complexo e multifacetado. Muitas das preocupações expressas por certos grupos podem ser vistas como reações a mudanças rápidas e significativas na sociedade. Entretanto, é importante lembrar que a grande maioria dos muçulmanos na França contribui de maneira positiva para a sociedade e é parte integrante do tecido social francês.
Daniel Camilo
Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.