O debate presidencial e a humilhação dos Estados Unidos

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Se ainda restava alguma dúvida acerca da incapacidade de Joe Biden para merecer um novo mandato, o debate presidencial tratou de elucidar de vez a situação.

Eu vou além: ele não tem mais condições de continuar no cargo de presidente, tampouco encarar o peso de uma campanha eleitoral.

O olhar distante, as palavras sem sentido e os raciocínios inconsistentes foram tão cristalinos que os almofadinhas da grande mídia não ousaram negar o que era bastante óbvio a quem assistiu tal espetáculo deprimente.

Como esperado, os direitistas – tanto aqui quanto nos Estados Unidos – fizeram troça de Biden. De verdade: eu não consegui sentir nada além de pena. Por mais que ele seja quem é e encarne as ideias mais nefastas possíveis, o estado de debilidade visível suplanta o homem – o estilo é maior. Não nos esqueçamos que Biden passou pela dor de enterrar um filho: seu primogênito Beau morreu em 2015 aos 46 anos, vítima de um câncer no cérebro. Independente das convicções políticas, não desejo essa dor para absolutamente ninguém.

Feita tal ressalva, passo para o desempenho de Donald Trump. Ele não é um debatedor nato e nunca se propôs a isso, tanto que se saiu mal nos debates das suas duas eleições disputadas. Ao contrário das querelas supracitadas, vi um Trump diferente: mais calmo e longe de demonstrar a agressividade corriqueira. Debate não é uma avaliação de conteúdo: a forma é a única coisa realmente importante. O americano comum não gosta da baixaria expressa em público – os democratas sabem bem disso e deixam o assassinato de reputações para os seus capachos que atuam nos bastidores. O ex-presidente entendeu isso e foi assertivo no tom, além de não entrar nas provocações ácidas de Biden.

Debates dificilmente mudam o voto dos militantes ou mesmo tiram os eleitores independentes do sofá no dia da eleição, mas não se pode subestimar o seu poder de influência.

Ronald Reagan, um deus do panteão conservador, estraçalhou os adversários democratas em dois enfrentamentos públicos – o que fez total diferença no resultado de ambas as disputas. Contra Jimmy Carter, ele foi cirúrgico no último debate ao começar as suas réplicas com o clássico ‘’lá vai você novamente’’, como se Carter tivesse falhado miseravelmente em suas atribuições, e perguntar aos americanos se as suas respectivas vidas particulares e o próprio país estavam melhores nos últimos quatro anos.

Na reeleição, Walter Mondale foi podado no último confronto quando Reagan o colocou em seu devido lugar com uma frase lembrada até hoje:

“Não vou explorar, com objetivos políticos, a juventude e a inexperiência do meu oponente” – uma ironia a Mondale e aos que o consideravam velho demais para continuar na presidência.

Pois bem, tanto em 1980 quanto em 1984 uma onda vermelha varreu a América, com Reagan ganhando ambas as eleições com margens eleitorais impressionantes. E, o que é impressionante, com certa desvantagem nas pesquisas de então.

Os independentes tendem a votar em Trump. Prova disso é que ele está liderando nos estados considerados decisivos para a vitória e até mesmo num reduto tradicionalmente azul como Nevada.

Com tal prognóstico desfavorável, o Partido Democrata já pensa em substituir Biden por outro candidato. É possível, mas além de pouco provável seria a confissão do fiasco da atual administração. Também não garante nada, pois tanto Gavin Newsom – governador da Califórnia cuja única coisa que você precisa saber a respeito dele foi a sua ideia megalomaníaca de reabrir os restaurantes na pandemia com a condição dos clientes usarem máscara até na hora de mastigar a comida – quanto Michelle Obama não são garantia de coisa alguma. E o presidente Biden é um sujeito orgulhoso. Ele não irá abrir mão da sua candidatura sem espernear um bocado.

Fico me perguntando se tal situação não foi absolutamente planejada pelo Partido das Sombras – a entidade descrita por David Horowitz que comanda o Partido Democrata nos bastidores de forma secreta. Biden já estava senil em 2020. Foi escolhido por ser o anti-Trump perfeito, pois o então presidente – sejamos sinceros – jogou a reeleição no lixo por sua política de eterno conflito e o estilo beligerante de sempre. Porém, era claro que o homem seria um completo fiasco. E foi. Começou com aquela retirada catastrófica das tropas americanas no Afeganistão, passou pela inflação galopante graças ao keynesianismo típico dos democratas com os pacotes de estímulo da pandemia e encerra melancolicamente na imigração ilegal desenfreada – essa última subverte o tradicional rule of law com a criminalidade crescente e de quebra garante alguns milhares de votos para os democratas.

Por que a coisa seria planejada? Muito simples: uma liderança fraca é constantemente desrespeitada por seus inimigos. Quem diabos teme um sujeito como Joe Biden? Os EUA são motivo de chacota. E é tudo o que a banda globalista do Partido Democrata quer: o enfraquecimento da potência americana – não me obriguem a usar aquele neologismo tosco de ‘’estadunidense’’, pelo amor de Cristo. Qualquer soberania nacional é inimiga dos planos de instauração do governo mundial, e a americana é o maior obstáculo dessa teia macabra. George Soros, Rockfellers, Rotschilds e tutti quanti promovem as pautas destrutivas de qualquer identidade nacional e dos pilares ocidentais, e quem vocês acham que as implementam na política?

Para além da troça, há o objetivo mais ou menos oculto: humilhar os EUA. Os democratas fizeram isso quando elegeram Barack Obama, um sujeito contrário a tudo o que o seu país representa. O passo seguinte da chacota foi colocar um sujeito incapaz de governar a própria cozinha na Casa Branca. Deu no que deu.

Foto de Carlos Júnior

Carlos Júnior

Jornalista

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