O duro recado do comandante-geral da PM e a declaração bizarra de Flávio Dino

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Na última semana, um crime que ocorreu dentro do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul (RS), chocou o Brasil. De acordo com a Brigada Militar (BM), na ação, os criminosos usaram uma falsa viatura da PF e assaltaram um carro forte no local, que transportava R$ 30 milhões.

Durante a ação criminosa, houve confronto armado entre policiais e assaltantes. Um dos criminosos e o segundo sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Fabiano Oliveira morreram no tiroteio. O PM foi atingido por um tiro no tórax. Ele tinha 47 anos e deixa esposa e um filho.

Fabiano Oliveira entrou na Brigada Militar em dezembro de 1997 e atuava na Força Tática do 12° Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Caxias do Sul.

Diante disso, o Comandante-geral da Brigada Militar, Cláudio dos Santos Feoli, se revoltou com o silêncio e a hipocrisia dos Direitos Humanos na morte do sargento.

Em artigo publicado na Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros Militar (ASSTBM), Feoli fez uma promessa:

"Asseguro que nossas ações frente a esta, e a qualquer outra injusta agressão, será com força desproporcional. Sem jamais nos igualarmos à criminalidade"

Vale ressaltar que Flávio Dino, quando ainda era ministro da Justiça, declarou que as mortes resultadas da Operação Escudo, em SP, não seriam proporcionais ao crime cometido contra um policial que morreu ao ser atingido no ombro.

"Houve uma reação imediata que não parece nesse momento ser proporcional em relação ao crime que foi cometido”, afirmou, na época.

Leia o artigo de Cláudio dos Santos Feoli na íntegra:

"Na última quarta-feira, o Estado perdeu mais um dos seus heróis: o segundo-sargento Fabiano Oliveira, assassinado por covardes durante roubo a carro-forte em Caxias do Sul, em dramático momento que vive a população gaúcha.
Os criminosos, portando armas de guerra, roupas e carros com falsa identificação policial e, por óbvio, informação privilegiada, desconheciam que temos heróis como o sargento Fabiano, que honram o juramento de proteger a sociedade gaúcha mesmo com o sacrifício da própria vida.
E, por mais uma vez, enquanto o luto mareja nossos olhares, aflora um sentimento de insatisfação com o silêncio absurdo dos ditos “defensores dos direitos humanos”, a ausência de mobilização, seja para lamentar o ocorrido, exigir responsabilização dos culpados, ou mesmo para exaltar a vida de um herói de nossa sociedade. O silêncio, empregado como sinal de respeito, agora reverbera como um solene “dar de ombros” para uma vida que se perdeu.
Até então, não recebi ofícios de ministérios, ONGs, comissões parlamentares solidarizando-se com a família de Fabiano, nem ouvi debates acalorados sobre a necessidade urgente de ações eficazes nas fronteiras de nosso país para evitar o acesso a armas de guerra. Nós, militares estaduais, os maiores garantidores de direitos humanos, ainda recebemos o silêncio dos ditos defensores, silêncio esse que soa extremamente discriminatório. Fabiano não é um número. Era um filho, um pai, um marido, um amigo. Homem vibrante e alegre, de sorriso fácil e ação enérgica, adorado pela comunidade e pelos integrantes da instituição.
Poderia estar na reserva, mas preferiu seguir servindo. E fazendo o que mais gostava, se foi. Asseguro que nossas ações frente a esta, e a qualquer outra injusta agressão, será com força desproporcional. Sem jamais nos igualarmos à criminalidade, seremos sempre mais incisivos e fortes, pois assim se garante a paz, a liberdade, a dignidade da população gaúcha. E o único silêncio a ser admitido será o toque do clarim destinado aos mártires e a mais um eterno herói: o sargento Fabiano."
Cláudio dos Santos Feoli – Comandante-geral da Brigada Militar

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