Comandante-geral da PM se revolta com silêncio dos Direitos Humanos na morte de sargento e promete reação "com força desproporcional"
26/06/2024 às 08:58 Ler na área do assinanteNa última semana, um crime que ocorreu dentro do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul (RS), chocou o Brasil. De acordo com a Brigada Militar (BM), na ação, os criminosos usaram uma falsa viatura da PF e assaltaram um carro forte no local, que transportava R$ 30 milhões.
Durante a ação criminosa, houve confronto armado entre policiais e assaltantes. Um dos criminosos e o segundo sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Fabiano Oliveira morreram no tiroteio. O PM foi atingido por um tiro no tórax. Ele tinha 47 anos e deixa esposa e um filho.
Fabiano Oliveira entrou na Brigada Militar em dezembro de 1997 e atuava na Força Tática do 12° Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Caxias do Sul.
Diante disso, o Comandante-geral da Brigada Militar, Cláudio dos Santos Feoli, se revoltou com o silêncio e a hipocrisia dos Direitos Humanos na morte do sargento.
Em artigo publicado na Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros Militar (ASSTBM), Feoli fez uma promessa:
"Asseguro que nossas ações frente a esta, e a qualquer outra injusta agressão, será com força desproporcional. Sem jamais nos igualarmos à criminalidade"
Leia o artigo na íntegra:
"Na última quarta-feira, o Estado perdeu mais um dos seus heróis: o segundo-sargento Fabiano Oliveira, assassinado por covardes durante roubo a carro-forte em Caxias do Sul, em dramático momento que vive a população gaúcha.
Os criminosos, portando armas de guerra, roupas e carros com falsa identificação policial e, por óbvio, informação privilegiada, desconheciam que temos heróis como o sargento Fabiano, que honram o juramento de proteger a sociedade gaúcha mesmo com o sacrifício da própria vida.
E, por mais uma vez, enquanto o luto mareja nossos olhares, aflora um sentimento de insatisfação com o silêncio absurdo dos ditos “defensores dos direitos humanos”, a ausência de mobilização, seja para lamentar o ocorrido, exigir responsabilização dos culpados, ou mesmo para exaltar a vida de um herói de nossa sociedade. O silêncio, empregado como sinal de respeito, agora reverbera como um solene “dar de ombros” para uma vida que se perdeu.
Até então, não recebi ofícios de ministérios, ONGs, comissões parlamentares solidarizando-se com a família de Fabiano, nem ouvi debates acalorados sobre a necessidade urgente de ações eficazes nas fronteiras de nosso país para evitar o acesso a armas de guerra. Nós, militares estaduais, os maiores garantidores de direitos humanos, ainda recebemos o silêncio dos ditos defensores, silêncio esse que soa extremamente discriminatório. Fabiano não é um número. Era um filho, um pai, um marido, um amigo. Homem vibrante e alegre, de sorriso fácil e ação enérgica, adorado pela comunidade e pelos integrantes da instituição.
Poderia estar na reserva, mas preferiu seguir servindo. E fazendo o que mais gostava, se foi. Asseguro que nossas ações frente a esta, e a qualquer outra injusta agressão, será com força desproporcional. Sem jamais nos igualarmos à criminalidade, seremos sempre mais incisivos e fortes, pois assim se garante a paz, a liberdade, a dignidade da população gaúcha. E o único silêncio a ser admitido será o toque do clarim destinado aos mártires e a mais um eterno herói: o sargento Fabiano."
Cláudio dos Santos Feoli – Comandante-geral da Brigada Militar
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