Para esquerdista, a democracia é relativa. Para a mais alta corte, a própria justiça também é relativa

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Para não ser preciso buscar longe o Modus Operandi da esquerda brasileira, como, por exemplo, a greve promovida por sindicatos da construção civil, em 1979 (desafiando até o regime militar à época), onde os trabalhadores de Belo Horizonte e região, depredaram uma boa parte do centro da cidade. Armados de paus, picaretas, martelos e pedras, quebravam o que viam pela frente, inclusive patrimônio público.

Vamos nos ater a tempos contemporâneos, aqueles que contemplam a esquerda no poder - 2003 a 2016 e de 2023 a 2024 (exceto o ano de 2017, mas sob a tutela da esquerda). Citaremos 5 casos modulados por instituições e líderes da extrema esquerda que tem no poder central o PT como seu maior protagonista, por sua permissividade e complacência, e ninguém é bobo para não saber de onde vem a coordenação.

O paralelo que aqui quero traçar alcança o poder judiciário e suas inconstitucionalidades e desprezo pela justiça, a partir do 8 de janeiro de 2023. Como objetivo, tentar imaginar, se for possível, como seriam os julgamentos dos mais de 2.000 envolvidos no processo judicial (peço uma pequena pausa para reflexão sobre quem seriam estes envolvidos), e suas penas que passam de 12, 14, até 17 anos de cadeia, com o perfil da justiça vigente à época dos outros casos.

Não podemos deixar de citar que o pano de fundo destes movimentos é arquitetado com pautas factíveis, um verdadeiro manto de democracia (como hoje “agem” em nome da “democracia”), mas na verdade, o intuito é tumultuar e vandalizar buscando desqualificar adversários políticos pelo poder.

2006 - Liderados pelo MLST (Movimento pela Libertação dos Sem Terra), dissidência do MST (Movimento dos Sem Terra), ainda mais radical, militantes invadiram a Câmara dos Deputados em Brasília. Além da quebradeira e até carros virados, armados com paus, pedras e paralelepípedos, 24 trabalhadores da Câmara dos Deputados ficaram feridos. O líder, Bruno Maranhão (já falecido em 2014) e mais 40 militantes ficaram presos 40 dias, e após os julgamentos, a pena máxima chegou a 6 anos de prisão.

2013 - Manifestações esquerdistas no mês de junho, em todo o Brasil, liderados pelos tais black blocs, teve seu auge em 17, quando ocuparam a plataforma do Congresso Nacional. No tumulto, atingiram vidraças de gabinetes e os policiais que mesmo apedrejados conseguiram contê-los. No julgamento final, 23 manifestantes foram condenados por crime de corrupção de menores e formação de quadrilha (golpe? Nem pensar!). As manifestações ainda aconteciam, e na cobertura do trabalho jornalístico, em fevereiro de 2014, o cinegrafista Santiago Andrade morreu ao ser atingido por uma bomba e os condenados, 10 anos depois, foram condenados a 7 anos.

2015/2016 - O curioso aqui tem nome e sobrenome: Geraldo Alckmin. Manifestações estudantis, lideradas por movimentos sociais, para variar, ocorriam por todo o país, com ocupação de mais de mil escolas e universidades. Denunciavam o desmonte na educação, e reforma do ensino médio, entre outras pleitos. Em São Paulo as manifestações tinham muita aderência de militantes, e então, sob o governo do estado com Geraldo Alckmin, alguns estudantes foram condenados, mas efetivamente não cumpriram pena. A curiosidade? Menos de 10 anos depois, ouve-se um brado: VIVA LULA! Adivinha quem...

2017 - Ainda que não sob governo do PT, mas sim do vice da petista Dilma Rousseff, Michel Temer, assume o governo após o impeachment da esquerdista. Manifestações de toda ordem aconteciam no país, inconformados com a cassação da presidente Rousseff, acusando os políticos de golpistas (alguma coincidência com o 8 de janeiro?). O auge da manifestação aconteceu em Brasília, no dia 24 de maio, organizado pela CUT (Central única dos Trabalhadores), 35 mil manifestantes se reuniram nas redondezas da Esplanada dos Ministérios. Tocaram fogo no Ministérios da Agricultura, Fazenda e Cultura, além da quebradeira promovida. Ao final, 50 feridos, e um “montão” de 7 pessoas presas.

2024 - Militantes da extrema esquerda, incluindo-se professores, vejam só, invadem a ALEP (Assembleia Estadual do Paraná) nesta segunda-feira, 3 de junho. A manifestação seria contra a parceria com empresas privadas para a gestão administrativa das escolas públicas. Por enquanto o projeto foi aprovado por seis deputados dos sete que integram a Comissão de Educação da casa, e apenas um voto contrário. Ganha um pirulito para quem acertar de que partido ele é.

Após quebrarem uma porta de entrada, espalharem-se pelas galerias. Saldo de 3 manifestantes feridos, um deles de forma grave, além de dois policiais. Presos, até aqui 2 pessoas, por depredação de patrimônio público.

Se estes dois presos caem nas mãos de um juiz como aquela juíza de Roraima que, numa audiência de custódia, ordenou a retirada da algema, desligar o ar-condicionado, o oferecimento de café e um casaco para um preso em flagrante...

Ficam dúvidas no ar! E se vai para as mãos do Alexandre de Moraes? Serão apenas baderneiros e arruaceiros ou golpistas e terroristas?

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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