Herança do fundador das Casas Bahia se transforma em conflito sem precedentes na Justiça

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A batalha pela herança de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, persiste na Justiça mesmo dez anos após sua morte, ocorrida aos 91 anos. Seus três filhos reconhecidos e os herdeiros de um suposto quarto filho discutem a inclusão desse novo herdeiro e a real extensão dos bens a serem divididos.

Os principais envolvidos na disputa são Saul, Michael e Eva, filhos de Samuel, além dos herdeiros de Moacyr Ramos — que faleceu em 2021, aos 45 anos, e cuja paternidade é objeto de investigação judicial.

Moacyr buscava comprovar sua filiação a Samuel Klein, baseando-se em um relacionamento que sua mãe, Rita de Cássia, teve com Klein aos 17 anos. A ação de paternidade, iniciada em 2011, está suspensa pela recusa dos Klein em realizar o exame de DNA voluntariamente.

Quando Samuel Klein morreu, em novembro de 2014, Michael estimou o patrimônio do pai em R$ 500 milhões, segundo a “Bloomberg Línea”. Desse total, R$ 300 milhões eram referentes à participação nas antigas Casas Bahia e R$ 200 milhões a imóveis e outros bens. Após a venda da empresa ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) em 2009, a família manteve a propriedade dos imóveis e recebe aluguéis de centenas de lojas no Brasil.

Questionamentos sobre o patrimônio

Os advogados de Saul contestam o valor do inventário, alegando que mudanças no contrato social e transferências de cotas para empresas dos filhos de Michael reduziram o patrimônio de Samuel. Eles estimam que o valor real dos bens pode atingir R$ 3 bilhões. O processo está parado na 4ª Vara Cível de São Caetano do Sul (SP).

A Via Varejo, empresa que administra Casas Bahia e Pontofrio, tem valor de mercado próximo a R$ 690 milhões, conforme o fechamento de sexta-feira, 24. A herança não afeta diretamente a empresa, listada na Bolsa sob o ticker BHIA3.

Os herdeiros e suas funções

Michael Klein, ex-CEO da Via Varejo, atualmente se declara acionista passivo, investindo em concessionárias de veículos de luxo e administração de imóveis logísticos. Saul Klein foi diretor-comercial das Casas Bahia e vendeu sua participação para Michael em 2009. Ele também foi presidente de honra do São Caetano e posteriormente da Associação Ferroviária de Esportes até 2020. Eva Lea Klein, mais reservada, reside nos EUA e detém 5% das ações do Grupo Casas Bahia.

Movimentações patrimoniais sob suspeita

Os advogados de Saul questionam a autenticidade das assinaturas de Samuel em contratos de mudança de controle da empresa entre 2002 e 2009, sugerindo que essas operações beneficiaram Michael e Eva, além dos netos Rafael e Natalie. A defesa de Saul estima que, se comprovada a fraude, mais de R$ 1 bilhão deverão ser reintegrados ao patrimônio a ser dividido.

Em 2009, Samuel declarou R$ 2,1 bilhões no Imposto de Renda e deixou um testamento doando R$ 883 milhões para cada um dos três filhos. Esses valores são incompatíveis com a herança declarada em 2014. Há um pedido de rastreamento de bens nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.

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