Caso da Sinhazinha do Boi Garantido se revela muito mais obscuro: Mãe e irmão presos, cárcere privado e uso indiscriminado de drogas em seita
31/05/2024 às 18:26 Ler na área do assinante
Foto: Reprodução
Embora a morte de Djidja Cardoso tenha sido anunciada pela imprensa amazonense na última terça-feira (28), a causa permanece uma incógnita.
Entretanto, com a prisão da mãe e do irmão de Djidja, o que parecia ser apenas mais uma súbita e infeliz tragédia se revelou como tendo raízes muito mais obscuras, estando relacionada inclusive ao falecimento de um bebê e um possível caso de estupro.
Nesta sexta-feira (31), a Polícia Civil do Amazonas revelou que a família da ex-sinhazinha do Boi Garantido era responsável por uma seita religiosa chamada “Pai, Mãe, Vida”.
As investigações contra a suposta organização já haviam sido iniciadas há 40 dias, muito antes do óbito de Djidja Cardoso, que inclusive fazia parte dos investigados.
Foi descoberto que o grupo religioso promovia práticas não convencionais, envolvendo o uso de ketamina, uma substância tipicamente utilizada para fins anestésicos, com propriedades alucinógenas e dissociativas. A seita prometia suposta "salvação" e transcendência para outra dimensão, ligadas ao uso da droga.
De acordo com a polícia, durante as práticas da seita, foram identificadas duas pessoas que haviam sido mantidas em condições desumanas, presas em cárcere privado, nuas e sem acesso a higiene básica por vários dias. Esses atos resultaram em consequências graves; uma das vítimas, que estava grávida, acabou sofrendo um aborto devido à severidade das circunstâncias.
Na tarde de quinta-feira (30), durante a operação policial, foram apreendidas centenas de seringas, produtos para acesso venoso, agulhas e ketamina.
Além desses itens, celulares, documentos e computadores também foram confiscados.
O grupo responderá por uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, aborto induzido sem o consentimento da gestante, estupro de vulnerável, sequestro, cárcere privado e charlatanismo.
Suspeita-se que a morte de Djidja Cardoso tenha sido por overdose em decorrência do uso excessivo de ketamina.
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