Condenado a 170 Anos de prisão por estupros, homem consegue provar inocência

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Carlos Edmilson da Silva, condenado injustamente a 170 anos de prisão por uma série de estupros, conseguiu provar sua inocência após cumprir 12 anos da pena. Ele foi inicialmente identificado como culpado apenas com base em reconhecimento fotográfico, sem qualquer prova de DNA.

Segundo o Fantástico, a situação de Carlos começou em 2006, quando ele foi condenado por furto e sua foto passou a constar no sistema da polícia. Nos meses seguintes, quatro mulheres foram estupradas em Barueri, São Paulo. Na delegacia, ao analisarem fotos no cadastro, as vítimas identificaram Carlos como o autor dos abusos.

Flávia Rahal, advogada de Carlos, explica que a maioria dos reconhecimentos "começou com a apresentação para essas vítimas de uma única foto de um único rapaz, que no caso era o Carlos Edmilson". Ela destaca que, "no momento em que uma vítima é confrontada com uma única foto, em uma circunstância em que quem mostra a foto já dá a entender que aquela é a pessoa, a chance da vítima acreditar que está diante do agressor dela é muito grande".

Carlos, que estava em liberdade na época, foi preso e permaneceu encarcerado por três anos até que exames de DNA demonstraram que ele não cometeu os estupros. Apesar disso, sua foto continuou no sistema da polícia, e mais tarde ele foi novamente apontado como responsável por estupros em Barueri e Osasco entre 2010 e 2012.

Baseando-se apenas na imagem, 12 promotores o denunciaram e seis juízes o condenaram por 12 estupros. Somente na última terça-feira (14), Carlos foi inocentado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após exames de DNA da Superintendência da Polícia Técnico-Científica identificarem o verdadeiro culpado.

Flávia Rahal, fundadora e diretora do Innocence Project Brasil, uma organização dedicada a reverter erros judiciais sem cobrar de seus clientes, enfatiza que "a Justiça é falha" e que o Estado precisa "reconhecer seu erro" e indenizar Carlos.

"Foi um homem que perdeu 12 anos da vida dele, que tem uma mancha que é muito difícil de se tirar da vida. A pessoa não entra e sai 12 anos depois a mesma pessoa, e o mínimo na nossa compreensão que ela precisa ter é o amparo do Estado pra ela tentar reconstruir a vida a partir de agora", concluiu Flávia.

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