‘Decisão de Fachin sobre caso de Antonio Palocci revolta segunda turma do Supremo - A decisão do ministro Edson Fachin de empurrar para o plenário o habeas corpus de Antonio Palocci causou irritação generalizada na segunda turma do Supremo, que originalmente trata da Lava Jato. O único que neste momento atua como bombeiro no impasse é o decano Celso de Mello.’
1. A irritação não foi ‘generalizada na segunda turma’. Deve ter se limitado a Gilmar, Toffoli e Lewandowski - já que Fachin não pode ter ficado irritado com a própria decisão, e Celso de Mello, se atua como bombeiro, tampouco. Alguém precisa informar à Folha o que significa ‘generalizada’.
2. O ministro Fachin não ‘empurrou’ para o plenário o habeas corpus de Palocci. Ele fez o que já fizeram outros ministros, que compartilharam com todos os demais membros da corte as decisões de maior repercussão, evitando decidir monocraticamente ou no âmbito da sua turma.
‘Advogados da Lava Jato aproveitaram para jogar ainda mais gasolina no episódio, dizendo que Edson Fachin descredibilizou a segunda turma.’
3. Quem descredibilizou (existe este verbo?) a segunda turma foi o Trio Calafrio.
4. Que credibilidade têm os ‘advogados da Lava Jato’ para credibilizar ou descredibilizar alguém?
‘Integrantes da corte não minimizaram o incômodo e fizeram questão de lembrar que, ganhando ou perdendo no plenário, Fachin terá de conviver com a segunda turma até o fim da Lava Jato.’
5. ‘Integrantes da corte’ se esqueceram que a segunda turma também terá que conviver com Fachin (e Celso de Mello) até o fim da Lava Jato (ou seja, ad seculum seculorum).
Eduardo Affonso
Eduardo Affonso
É arquiteto no Rio de Janeiro.