O desmanche da quadrilha

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O cerco foi fechado nesta quinta-feira (9) na casa do homem da mala-preta de André Puccinelli. João Amorim era o caixa do ex-governador, o encarregado da propina, o distribuidor do mensalão, a pessoa que  financiava as falcatruas. 

A Polícia Federal, Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) realizaram uma devassa na casa e na empresa de Amorim. Foi a Operação Lama Asfáltica, que cumpre 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, visando obter detalhes de contratos superfaturados realizados entre João Amorim e suas empresas e o poder público.

A obscura parceria entre Amorim e Puccinelli começou na primeira gestão deste, à frente da prefeitura de Campo Grande. Sua atuação prosseguiu nas duas gestões do ex-prefeito Nelsinho Trad. Amorim é  irmão de Antonieta, ex-primeira dama e atualmente exercendo o mandato de deputada estadual na Assembléia Legislativa, onde é a representante dos interesses do mano. 

João Amorim construiu um império composto de fazendas de alta produtividade, gado de qualidade, lavouras de soja, empreiteira e sociedade majoritária na maior empresa de coleta de lixo do estado, a Solurb.

Por um contrato assinado em 2012, no apagar das luzes do segundo mandato de Nelson Trad Filho, a Solurb receberá R$ 1,3 bilhão da Prefeitura de Campo Grande, ao longo de 25 anos. Quase R$ 5 milhões ao mês.

O contrato foi questionado pelo Ministério Público Estadual por direcionamento de licitação e acabou sendo suspenso pelo juiz de primeira instância Amaury Kuklinski, que posteriormente revogou a sua decisão. O MPE também denunciou o ex-prefeito Nelsinho Trad.

Marinês Bertagnolli, ex-mulher de Amorim, em documento registrado em cartório, além de uma série de denúncias, afirma que ele guardava em casa, num cofre, muito dinheiro e que vários pagamentos eram ali feitos, e que tudo era de pleno conhecimento de André Puccinelli.

Nas mãos dele que os vereadores da base de André e Nelsinho, quando prefeitos, recebiam o mensalão. 

Evidentemente que a malandragem persistiu quando André Puccinelli assumiu o governo do estado.

Uma Ação Penal contra o ex-governador de MS foi proposta, tendo ele sido denunciado por lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

O andamento da ação estava suspenso, por falta de autorização da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

O processo, pelo visto, voltou a andar. 

A sociedade espera Justiça e que toda a quadrilha seja desbaratada.

José Tolentino

Editor do Jornal da Cidade Online

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José Tolentino

Jornalista. Editor do Jornal da Cidade Online.

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