48 horas para Jair Bolsonaro

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Bolsonaro dormiu na embaixada da Hungria e, por este ‘crime’, sem lei que o defina previamente, Alexandre de Moraes, Ditador Judicial da República (DJR, ‘for short’) deu 48 horas para ele se explicar.

Eu fico receoso porque, em minha vida, já dormi em casa de inglês na Inglaterra, de alemão, na Alemanha, de americano, nos Estados Unidos e de canadense no Canadá.

Certa vez - e isto pelos padrões jurídicos atuais pode ser muito suspeito - fui hospedado no castelo Reisensburg, uma fortaleza celta, perto de Ulm e hoje pertencente à universidade de Ulm. Portanto um castelo público do Estado de BadenWürtemberg.

Temo que Xandão resolva me dar 48 horas para que eu explique o que me levou a dormir em uma fortaleza (castelo) de um Estado alemão.

Quanto ao caso Bolsonaro, já ouvi que ele, estando perto da embaixada da Hungria, sentiu fortes dores intestinais que o levaram a pedir socorro, para se aliviar, naquele espaço amigo.

Como as dores persistiram, Bolsonaro foi convidado para lá dormir e ser tratado pelo médico local.

Mesmo que esta seja realmente a verdade, penso que isto não fará Xandão relaxar, já que prender Bolsonaro, segundo o presidente do STF, o notório “Perdeu, Mané”, é o objetivo constitucional maior daquela corte, para concluir a “exterminação do bolsonarismo”. Mas a alcateia lulopetista prontamente atribuiu a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria ao MEDO de ser preso por Alexandre de Moraes, o notório DJR.

Para aquele bando, Bolsonaro já deveria ter sido preso por “n” crimes anteriores, todos sem lei anterior que os definam, mas que entram, conforme a conveniência do momento, no novo Código Alexandrino de Direito Penal, atualizado diariamente.

O temor de ser preso é normal em um País em que a lei é Alexandre de Moraes, versão tupiniquim de Luís XIV, rei absoluto da França, que já fizera a proclamação: “L’ÉTAT C’EST MOI”. Todos os que amam a liberdade, o devido Processo Legal, o respeito às normas legais e constitucionais e se recusam a ver calados o arcabouço jurídico brasileiro ser vilipendiado e destruído, certamente temem ser arbitrariamente presos por Xandão, a Lei.

Alexandre de Moraes é um tirano sem empatia, colocando todo o sistema jurídico brasileiro de cócoras aos seus pés.

O Brasil é, hoje, o País onde as pessoas são acusadas de crime sem lei anterior que o defina; Em que o Código de Processo Penal é ignorado e vilipendiado (a suposta vítima investiga, acusa, processa, julga, prende e administra a prisão); Onde a Constituição é rasgada diariamente com a instituição da censura deslavada e prévia; onde inocentes são condenados a 14, 15, 16, 17 anos de cadeia, acusados de ruptura violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado, sem que nem um canivete tenha sido encontrado para dar apoio a tal golpe, sem que nenhum suporte militar tenha sido identificado; País onde inocentes, sem prerrogativa de foro, são julgados diretamente pelo STF, recusando-se aos acusados o DIREITO FUNDAMENTAL ao recurso judicial, em franco desrespeito à Lei brasileira e a Lei internacional, à qual o Brasil deve respeito por força de tratados; País onde a Suprema Corte anula decisões de todas as instâncias judiciais, inclusive dela própria, utilizando o PRETEXTO tardio de um “erro de CEP original” para trazer de volta "à cena do crime" O MAIOR CORRUPTO JAMAIS GESTADO EM UMA DEMOCRACIA OCIDENTAL; País onde o atual presidente da Suprema Corte, em discurso político para um grupo de comunistas da UNE, declara, EM PÚBLICA CONFISSÃO DE INTERFERÊNCIA POLÍTICA NO PROCESSO ELEITORAL que eles (quer dizer, ele e seu partido político, o STF) “venceram o bolsonarismo”.

O Brasil, pelas ações e omissões do STF e de seu Torquemada (Alexandre de Moraes) se tornou uma piada jurídica de botequim.

Não teme este “quadro de amarguras” (obrigado, Castro Alves) quem não consegue se dar conta do vergonhoso buraco jurídico em que estamos afundados.

Acho que os cursos de Direito do Brasil devem suspender, temporariamente, suas atividades, para se atualizarem no novo sistema de 'ordem' jurídica, que diz: Alexandre de Moraes é a Lei.

Nesta nova ‘ordem’ jurídica, o devido Processo Legal é substituído pelas normas da Inquisição Espanhola e Moraes é o Grande Inquisidor, posição que antes fora de Tomás de Torquemada (1420-1498).

Não tem sentido ficar iludindo os jovens estudantes de Direito com o ensino do Devido Processo Legal, das normas constitucionais e legais, já que tudo isto foi, na prática, revogado por Moraes e seu STF. Vale apenas a vontade soberana do nosso Grande Inquisidor, sempre respaldada por aquela turma que se veste de negro para liberar bandidos de alto coturno (Lula, o maior deles) e garantir a impunidade deslavada e antirrepublicana aos piores canalhas da História da Civilização Ocidental.

Foto de José J. de Espíndola

José J. de Espíndola

Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

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