Revogação da prisão em 2ª instância acabou com possibilidade de impor limite a “escândalos”, que agora voltam com força

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Quais são os limites?

Desde o maldito dia em que a possibilidade de prisão após condenação em 2ª instância foi revogada pelo STF, nada do que acontece no Brasil pode ser considerado novidade.

Há muito tempo o substantivo "escândalo" perdeu seu real significado, e faço questão de lembrar a todos a definição:

"substantivo masculino
1.fato ou acontecimento que contraria e ofende sentimentos, crenças ou convenções morais, sociais ou religiosas estabelecidas. "sua nudez em pleno saguão foi um e."
2.indignação, perplexidade ou sentimento de revolta provocados por ato que viola convenções morais e regras de decoro. "seu comportamento provocou um e. na plateia".

A gente já não liga mais pra isso desde o Mensalão. O petrolão fez com que um escândalo fosse reduzido ao status de uma "pegadinha", ou travessura de político.

A reação a um escândalo, pra valer, tem mesmo que provocar indignação, perplexidade e, no estágio a que isso chegou no Brasil, não pode se resumir a sentimento de revolta. Tem que virar revolta. E não pense aqui que estou conclamando ninguém a sair às ruas pra fazer quebra-quebra ou coisa parecida. Mas é necessário que haja uma revolta que tenha cara de revolta, atitude de revolta e busque resultado de revolta.

Todos os corruptos investigados, denunciados, indiciados, julgados, condenados e presos, tanto no Mensalão quanto na Lava Jato, estão soltos. Todos, políticos e empresários. E a maioria dos políticos está ocupando cargos eletivos, como é o caso do nada excelentíssimo ‘Dilmo’. Mas não para aí. A maioria dos empresários está voltando a fazer negócios com o governo. Em que lugar do mundo civilizado isso não seria um escândalo e um bom motivo pra revolta? Mas aqui não é.

Eu me borro de medo do que falo sobre o judiciário, mas também me borro de raiva de ver o que esses caras fizeram, fazem e pretendem fazer com o Brasil sem que nada aconteça.

O Brasil tem cerca de 15 mil juízes federais. Cacilda! Aonde estão esses caras?

São cerca de 1,5 milhão de advogados, quase todos pagam OAB, e cadê eles? Cadê a OAB?

São cerca de 13 mil promotores de justiça, quase 4 mil procuradores federais, um contingente de aproximadamente 15 mil Policiais Federais!

Onde está essa gente que está vendo o Brasil se afundar na lama e finge que não tá acontecendo nada?

Nem vou citar Forças Armadas porque já sabemos o que acontece no "andar de cima" de cada força. Por onde andam os empresários, a famosa sociedade civil organizada, os "alavancadores" da nossa economia?

Será que essa gente toda se vendeu ao sistema?

Não adianta ser patriota se isso se restringe a um sentimento que não é seguido de uma ação. Esbravejar na internet é legal, desopila o fígado, mas não resolve e está cada dia mais perigoso. E não só na internet. Um mero desabafo numa mesa de bar de um clube, uma palestra ou um simples adjetivo colocado em um ambiente real ou virtual pode ser ouvido por alguém e isso render ao autor uma intimação para depor na Polícia Federal com uma acusação de ato antidemocrático.

Aliás, tudo que não corresponde aos interesses do sistema virou ato antidemocrático. Só não nos explicam de que tipo de democracia (como se houvesse mais de uma) estão falando.

Esta semana o TSE, em parceria com o Ministério da Justiça e a Anatel, deu a si mesmo mais uma autoridade que não tinha. A censura que já era praticada na mão de ferro agora ganhou ares de lei e qualquer um de nós está sujeito a ter o conteúdo em sites ou redes sociais retirados do ar sem "xixi nem vem cá meu bem".

Basta que um maluco desses qualquer cisme que a grama é azul e quem se ferra é o tigre que resolveu discutir com o burro afirmando que a grama é verde.

Descumprir a lei já se tornou um hábito tão corriqueiro e seguro pra essa gente que a Polícia Federal vai novamente pedir a extradição de Alan dos Santos para os Estados Unidos exigindo que eles também descumpram suas leis e o acordo de extradição em vigor entre os dois países e considerem crime a liberdade de expressão, algo absolutamente sagrado naquele país, o que deixa claro como a psicopatia judiciária atual gostaria de estender seus domínios para muito além de sua jurisdição.

Não dá para ficar recheando este artigo de informações sobre as deformações das instituições brasileiras.

Quem me lê, aqui ou na minha página na Pingback (link no final do texto), já conhece os fatos e personagens, e, obviamente, não apenas por mim, mas por todos que escrevem e comentam com alguma lucidez (me esquece esquerdista, vou te deletar) os acontecimentos do Brasil, o que nos leva à conclusão de que o sistema, até, então, não encontrou limites e faz com a gente o que quer.

O que torna-se cada dia mais imperativo é descobrir quais são os nossos limites como cidadãos e pagadores de impostos, o que, é triste dizer, parece distante de acontecer.

Em poucos meses teremos eleições municipais que serão tocadas nos mesmos moldes das eleições de 2022, com um sistema de vigilância e punição ainda mais aprimorado, o que gera péssimas perspectivas sobre quais serão os eleitos para municípios chave, tendo como exemplo São Paulo.

O que aconteceu na Venezuela está se repetindo no Brasil com a mesma cartilha, através dos mesmos atores. Candidatos conservadores e de direita estão sendo perseguidos e alijados do processo eleitoral tendo a justiça eleitoral como principal algoz na caça para a cassa - desculpe o trocadilho. Com a prerrogativa de que suas decisões tem força de lei, o TSE se tornou o braço vingador do sistema, atuando fora do período eleitoral como uma "Gestapo" privada, usando a Polícia Federal (que se submete a isso) como uma espécie de "SS" que atua para transformar delírios em realidade.

As eleições municipais serão determinantes para que o projeto bolivariano tupiniquim emplaque ou não emplaque de vez no Brasil, porque para o sistema é fundamental que o domínio sobre os cidadãos seja exercido a partir dos municípios através de vereadores - e por prefeitos adeptos ao sistema, usando as mesmas caixinhas mágicas que todo mundo jura que são idôneas, perfeitas, impenetráveis, incorruptíveis, invioláveis e mais perfeitas que elas só Deus, em quem a maioria deles, inclusive, nem acredita que exista.

Se a direita e os conservadores não deixarem suas diferenças e mimimis de lado e encontrarem, rápido, um caminho que seja comum para confrontar o sistema, muito em breve estaremos conversando com a "caderneta social" na mão enquanto esperamos na fila do pão, do leite e dos seis ovos mensais por família. E ainda teremos que ouvir a Miriam Leitão dizer como isso é bom pra nós.

Eles não têm limites. Ou encontramos um jeito de ultrapassar os nossos, ou viveremos nos limites que eles nos impuserem. De revogação de leis e direitos eles entendem, nós é que continuamos a fingir que não entendemos o que realmente está acontecendo.

Hoje foi mais um desabafo do que um artigo. Perdão!

Hermínio S. Naddeo. Jornalista.

@nopontodofato

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