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O crime de Batochio contra Antonio Palocci
13/04/2017 às 12:54 Ler na área do assinante
O advogado José Roberto Batochio, que completa 73 anos na próxima segunda-feira (17), construiu uma carreira de sucesso, valendo-se para tanto de sua extraordinária oratória e de sua grande influência política. Infelizmente, ultimamente, ele próprio tem desonrado sua brilhante trajetória.
O advogado que trai o dever profissional, prejudicando o cliente, comete o crime de patrocínio infiel, capitulado no artigo 355 do Código Penal.
A princípio cogitou-se que José Roberto Batochio, o renomado e ‘envelhecido’ ex-presidente do Conselho Federal da OAB, estaria em rota de colisão com o ex-presidente Lula, pois advogando também para Antonio Palocci, estaria incentivando uma eventual delação premiada, única condição plausível do ex-ministro diminuir sua temporada na prisão.
Hoje, percebe-se que tudo não passou de mera encenação e que a presença de Batochio entre os advogados de Palocci visa tão somente monitorá-lo em atenção aos interesses de Lula.
Notadamente, chegamos a um ponto em que os interesses dos dois petistas são conflitantes.
Batochio, optando prioritariamente por Lula, fatalmente está advogando contra os interesses do ex-ministro.
O crime de patrocínio infiel pode culminar numa pena de detenção de até três anos para o autor do delito.
Batochio está encerrando sua carreira de maneira melancólica.
Gonçalo Mendes Neto
goncalo@jornaldacidadeonline.com.br