Um dos bandidos mais perigosos da América Latina, ligado a PCC e Comando Vermelho, é preso
04/02/2024 às 09:04 Ler na área do assinanteEm Buenos Aires, Argentina, as autoridades detiveram Diego Hernan Dirísio e sua esposa, Julieta Nardi Aranda.
Dirísio, considerado o mais perigoso traficante de armas da América Latina, estava na mira das autoridades junto com Aranda, que era procurada pela Justiça do Paraguai. O casal encontrava-se em fuga desde o final de 2023.
Dirísio, argentino de nacionalidade, liderava uma rede de tráfico de armas operando principalmente a partir do Paraguai. Ele é apontado como responsável pela distribuição de aproximadamente 43 mil armas a lideranças de grandes facções criminosas brasileiras, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho. Estima-se que as operações de tráfico dirigidas por ele movimentaram em torno de R$ 1,2 bilhão.
A captura foi efetuada pela Interpol, sendo a informação repassada ao delegado Flávio Albergaria, superintendente da Polícia Federal (PF) na Bahia, que comandava a investigação que desmantelou o tráfico internacional de armas destinadas a facções no Brasil.
A operação que levou à prisão de Dirísio foi motivada por uma denúncia anônima feita recentemente à Divisão de Denúncia de Crimes Federais.
DETALHES DA INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL
O início das investigações da Polícia Federal remonta a 2020, após a apreensão de pistolas e munições em Vitória da Conquista, Bahia, com números de série adulterados. Através de exames periciais, foi possível rastrear a origem das armas e avançar nas apurações.
Foi descoberto que Dirísio adquiria grandes quantidades de armamentos, incluindo pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de diversos fabricantes europeus. Ele utilizava um complexo esquema de doleiros e empresas fantasmas no Paraguai e nos Estados Unidos para revender esses armamentos para organizações criminosas no Brasil. Entre novembro de 2019 e maio de 2022, constatou-se que a empresa IAS, pertencente a Dirísio, importou 7.720 pistolas da Croácia.
A investigação também revelou transações de 2.056 fuzis da República Tcheca, além de mais de cinco mil rifles, pistolas e revólveres de fabricantes turcos. Outras 1.200 pistolas foram adquiridas de uma indústria eslovena, somando quase 17 mil armas comercializadas no esquema.
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