Parlamentares saem em defesa de Carlos Bolsonaro

29/01/2024 às 19:56 Ler na área do assinante

Na manhã desta segunda-feira, 29, parlamentares que fazem oposição ao governo de Lula manifestaram apoio ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) hoje.

Segundo esses políticos, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, há uma "perseguição política" em andamento, bem como uma tentativa de "silenciar" o vereador.

A PF executou mandados de busca e apreensão em endereços associados a Carlos Bolsonaro mais cedo. Ele é acusado de envolvimento em um suposto esquema de monitoramento ilegal realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato de seu pai, Jair Bolsonaro.

O deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) criticou a ação da PF como uma "perseguição", expressando sua posição nas redes sociais com a frase "O Brasil da perseguição".

Já o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS) acusou a direita de ser alvo de perseguição e cobrou uma posição dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente. “A única saída, se é que existe alguma, seria os presidentes da Câmara e do Senado reagirem, mas essa omissão talvez demonstre que tanto Lira quanto Pacheco fazem parte do plano para calar os conservadores”, declarou Marcon.

Bruno Engler, deputado estadual de Minas Gerais pelo PL, relacionou a operação da PF com uma transmissão ao vivo feita por Bolsonaro, Carlos e seus irmãos Flávio e Eduardo na noite anterior. “Carlos Bolsonaro e Jair fazem uma live colocando 500 mil pessoas ao vivo. Oito horas depois, mandam a PF nos endereços de Carlos”, comentou Engler.

O deputado estadual Márcio Gualberto (PL-RJ) afirmou que a operação representa uma "brutal perseguição política" com o objetivo de "silenciar" aqueles que lutam contra o "marxismo" no Brasil.

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, manifestou "solidariedade" a Carlos Bolsonaro, criticando o que chamou de "perseguição insana dos inquéritos ilegais". “Após o sucesso da live de ontem, o desespero do ‘consórcio’ devem estar desesperados [sic]. Quanto mais perseguição a direita, mais nós vamos nos fortalecendo, 2026 é logo ali”, escreveu Cavalcante no X/Twitter.

Operação Vigilância Aproximada e Acusações contra Carlos Bolsonaro

Desde a semana passada, a PF tem conduzido uma série de buscas e apreensões como parte da Operação Vigilância Aproximada, relacionada ao alegado monitoramento ilegal pela Abin durante o governo Bolsonaro.

Na quinta-feira passada, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Abin de 2019 a 2022, foi alvo de busca e apreensão em seu gabinete na Câmara dos Deputados e em seu apartamento funcional. Além dele, três servidores da Abin e sete policiais federais foram incluídos na operação.

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços relacionados a Carlos Bolsonaro hoje. Ao todo, foram expedidos oito mandados: cinco no Rio de Janeiro, um em Brasília, um em Formosa (Goiás) e um em Salvador.

Entre 2019 e 2022, alega-se que um programa secreto chamado First Mile foi utilizado para monitorar a localização de políticos, jornalistas, advogados e opositores de Bolsonaro. Os dados coletados estariam armazenados fora do Brasil. De acordo com Andrei Passos, diretor-geral da PF, cerca de 30 mil brasileiros foram afetados pela espionagem.