Silenciosamente, caso do cartão de vacina de Bolsonaro é arquivado pela CGU e não aponta culpados
19/01/2024 às 10:40 Ler na área do assinanteMais um absurdo desses que só acontecem nesse Brasil atual, onde impera a bandalheira e a perseguição.
A CGU ouviu o funcionário que era responsável pela UBS Parque Peruche na época em que Bolsonaro supostamente teria se vacinado, além de enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais de saúde. Eles afirmaram que o ex-presidente nunca esteve no local.
A CGU também obteve dados da Força Aérea Brasileira que demonstram que Bolsonaro retornou de São Paulo para Brasília no dia 18 de julho de 2021, um dia antes da data da suposta vacinação. Na época, o então presidente se encontrava na capital paulista para tratar um quadro de obstrução intestinal.
Apesar de a investigação apontar para uma fraude no cartão de vacinação, a equipe técnica da CGU recomendou o arquivamento do caso por não ter encontrado provas suficientes contra funcionários públicos durante a apuração.
A CGU encontrou fraudes em São Paulo e no Rio de Janeiro, o que levou a PF também a abrir uma investigação absolutamente desnecessária sobre o caso, mas concentrada no que ocorreu no estado fluminense.
Segundo a absurda investigação, todos os funcionários da UBS Parque Peruche dividiram, na época da inserção, um mesmo login e senha de acesso ao Sistema VaciVida, o que dificulta a identificação de quem teria inserido os dados no sistema.
A CGU concluiu que o sistema poderia ser acessado de qualquer local por meio de algum equipamento com acesso à internet.
O órgão ainda destacou que o registro foi incluído apenas no Sistema VaciVida, mas não nos livros físicos da UBS Parque Peruche, o que reforça a hipótese de que a fraude teria sido feita de forma online.
A CGU destaca que os dados transmitidos por meio do sistema VaciVida acerca da imunização do ex-presidente da República no dia 19 de junho de 2021 “são válidos de acordo com o modelo de informação acordado entre os entes federativos”.
“No entanto, apesar de serem válidos, pelas provas colhidas, não se mostraram ser verdadeiros. Mesmo os funcionários que estavam trabalhando na UBS Parque Peruche, seja no dia da suposta vacinação (19/07/2021), seja no dia em que foi feito o registro (14/12/2021), afirmaram que o Sr. Bolsonaro nunca compareceu lá para se vacinar.”
Outro ponto investigado pela CGU foi a disponibilidade, à época da imunização do ex-Presidente da República, do lote da vacina da Janssen registrado nos sistemas do Ministério da Saúde.
“Concluiu-se que, apesar do lote existir à época da suposta vacinação (pois foi fabricado em 21/10/2020, ou seja, antes), ele não estava disponível na UBS Parque Peruche no dia 19/07/2021. Logo, não poderia o Sr. Bolsonaro ter recebido tal imunizante nessa data naquele local”.
Em maio do ano passado, a PF deflagrou a Operação Verani, com o objetivo de esclarecer a atuação de “associação criminosa” constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. A Polícia Federal investiga se teriam sido forjados dados do certificado de vacinação de parentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos, e de sua mulher, Michelle Bolsonaro. Algo que sequer foi investigado entre narcotraficantes e outros políticos, ou mesmo ministros do STF. Tudo isso por causa de registro de vacina.
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