‘Disclaimer’ inicial: para quem interpreta as coisas de maneira equivocada, ou tira conclusões precipitadas, desde já esclareço, antes mesmo de escrever o que pretendo abaixo, que não estou exercendo juízo de valor sobre o conteúdo de algo. Sendo bem claro: se é mentira ou verdade, justo ou injusto, certo ou errado, o que existe aqui ou acolá, não é objeto desse texto.
Aqui apenas me posiciono sobre o conteúdo da fala de Alexandre de Moraes.
Algo que poucos não perceberam é o elemento que está por trás da declaração de Moraes.
A pérola que ele soltou (chamemos assim) de que as pessoas no dia 8/1 queriam “prendê-lo e arrebentá-lo” é apenas pra desviar.
O recado que ele deu para quem tinha que recebê-lo, na entrevista ao veículo de mídia, está no lapso temporal de antes do dia 8/1, com a seguinte sequência fática:
1) a ABIN (no governo passado, obviamente) o monitorava, colhendo elementos e informações para passar para grupos (organizações paraestatais ou estatais) que deveriam agir contra ele.
2) Bolsonaro era o Presidente da República, e Ramagen o chefe da ABIN - o mesmo Ramagen que Moraes não autorizou que fosse nomeado Diretor-Geral da PF, que levou ao desabafo do “acabou, porra” por parte de Jair Bolsonaro.
3) Existe algum inquérito sigiloso lá no STF que investiga esse fato do monitoramento de Moraes pela ABIN.
É claro, claríssimo, que Alexandre de Moraes vai decretar alguma medida muito forte contra Bolsonaro e Ramagen. Minha certeza vem, também, dos atos preparatórios, para quando o cenário estivesse montado: Bolsonaro já está inelegível, e sem passaporte - documento que já colocou à disposição da Justiça (STF).
Preparem-se para fortes emoções nos dias seguintes.
(PS: para quem vier aqui me xingar pelo conteúdo do texto, lembro da máxima “não mate o mensageiro se não gostou da mensagem”)
Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).