Desde a deflagração da Operação Carne Fraca, entrou na pauta de discussões do povo brasileiro o impacto das indicações politiqueiras para a ocupação de cargos técnicos da maior relevância na República. Mas, parece que o Palácio do Planalto não aprendeu a lição.
Na tarde desta sexta-feira, 31 de março de 2017, furo de reportagem da jornalista Natuza Nery informou, com exclusividade na edição do Jornal da Globo News, que o presidente Michel Temer acaba de nomear um afilhado político do famigerado deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) para dirigir a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Não bastasse a beócia ocupação política da Agência, é importante apontar que tal ‘concessão de espaço’ deve-se à necessidade do governo de consolidar uma base no Congresso Nacional para aprovação das reformas, em especial a Reforma da Previdência. É zero tecnicidade. Pura politicagem! E estabelecida com o Partido Progressista (PP), exatamente aquele que ontem foi denunciado pelo Ministério Público Federal do Paraná e de quem é exigida a devolução aos cofres públicos de R$ 2,3 bilhões por roubos à Petrobras.
Vale destacar que a ANVISA é uma autarquia sob regime especial responsável pela fiscalização da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária (medicamentos, agrotóxicos, vacinas, etc.), inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados.
Ou seja, nomear um apaniguado político para a direção da Agência é um crime contra o povo brasileiro.
Helder Caldeira