O rompimento já anunciado entre o presidente Michel Temer e o senador Renan Calheiros poderá ter significativas consequências para ambos.
Para o governo, as reformas estão enormemente prejudicadas. Ganhou um inimigo que irá atrapalhar e atravancar os planos do Planalto.
Para Renan, no entanto, é salvação ou suicídio. Com um discurso de oposição, aliado ao PT, ele tentará a reeleição em Alagoas, condição fundamental para que continue em liberdade.
Ninguém tem dúvida que, com a folha corrida que tem, caso seja derrotado na eleição e, uma vez sem foro privilegiado e nas mãos do juiz Sérgio Moro, o senador alagoano tem o destino praticamente delineado.
Pesquisas recentes indicam que atualmente Renan é o terceiro colocado, embolado com os ex-governadores Ronaldo Lessa e Teotônio Villela Filho e seguido de perto pelo ministro Maurício Quintela.
Resta saber se a mudança radical no discurso irá convencer o eleitorado a lhe dar mais oito anos de mandato e impunidade.
A cena patética será Renan e Lula, unidos na oposição. Na realidade, nada mais do que um grande reencontro.
Os dois se conhecem com sórdida intimidade e já estiveram juntos inúmeras vezes.
Gonçalo Mendes Neto
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