O Brasil, nossa seleção, o Dunga, a Dilma, o Tite e Michel Temer
31/03/2017 às 04:18 Ler na área do assinanteViram o 3 x 0 no Paraguai?
O 4 x 1 no Uruguai?
O 2 x 0 no Peru?
O 3 x 0 na Argentina?
O 5 x 0 na Bolívia?
O 2 x 1 na Colômbia?
O 3 x 0 no Equador?
Quem mudou?
O Paraguai, o Uruguai, o Peru, a Argentina, a Bolívia, a Colômbia, o Equador... ou o Brasil?
Com Dunga no comando, não iríamos a lugar nenhum - nem com Neymar jogando tudo que sabe, o time adversário se empanturrando de Friboi na véspera do jogo ou o juiz fazendo a nosso favor o que fez pelo Vasco contra o Flamengo no domingo (26).
Tínhamos jogadores, talento, ‘norráu’, garra, tradição.
Mas com aquele técnico, a bola era quadrada, a grama era um campo minado.
Sem Dunga, ainda não ganhamos a Copa de 2018, mas já estamos a caminho da Rússia.
Como jogador, Dunga ‘nunca passou de um Caçapava com ABS e vidro elétrico’ (Renato Maurício Prado dixit).
Como técnico, daria um esforçado gandula do Íbis.
Dunga era a Dilma da seleção.
Dilma era o Dunga do Brasil.
Uma Kombi morro acima com o freio de mão puxado.
Uma novela da Glória Perez com 150 personagens (e o Eri Johnson de protagonista).
Uma picanha bem passada feita com carne de soja.
Temer não é nenhum Tite, mas é o que tem pra hoje.
Tem o rabo preso, a perna curta, as mãos sujas, o olho maior que a barriga, é um bunda mole e não se cansa de dar tiro no pé – mas com ele o jogo anda.
Virou o 7 x 1 sem precisar cavar pênalti (não foi golpe!).
Deve perder o mandato, rebaixado junto com a falecida, pelo antijogo da campanha de 2014.
Logo agora que fizemos as pazes com a grama, a bola e boa parte da torcida – e podemos sonhar em como seria se Roberto Carlos nunca tivesse se abaixado para amarrar a chuteira, Branco não tivesse tomado aquela água batizada na Argentina, Neymar tivesse driblado a joelhada do Zúñiga, a Chapecoense tivesse chegado atrasada e pegado outro voo.
Mas bola pra frente.
Há a grande chance de o Congresso – se os foratêmer vencerem – escolher um Felipão da vida para técnico tampão.
Resta torcer para que seja o Felipão de 2002, não o de 2014.
Eduardo Affonso
Eduardo Affonso
É arquiteto no Rio de Janeiro.