A imprensa velha piora a cada dia. Nunca se viu tanta militância na história!
15/12/2023 às 21:18 Ler na área do assinanteNão nos surpreende mais, porém, é muito triste ver a decadência de uma imprensa e seus profissionais (na verdade, pseudoprofissionais), outrora, com algum respeito, minimamente com alguma dignidade. Hoje em dia, nem resquícios disso, pois atuam francamente no esgoto.
Não bastasse o “trabalho” de omissão e de desinformação que promovem dia a dia, há anos, a malfadada imprensa, reconhecida por Consórcio de Imprensa, que eles próprios denominaram desde os tempos da pandemia, atua fortemente na indução do leitor, deixando os mais incautos (e é muita gente...) à mercê de uma lógica errática.
Esse método, para começo de conversa, causa danos coletivos à sociedade, vez que camuflar a verdade e ainda associada à indução a que me refiro, deixa todos eles vulneráveis às políticas nefastas dos que governam o país. Em outras palavras, facilita aos personagens da política a manipulação de qualquer via de imposição.
Toda essa manipulação é orquestrada,
A manchete é sintomática, ou seja, o leitor se deixa levar pela interpretação maliciosa da notícia. Aqueles que se permitem ler matérias têm a possibilidade de perceber a falta de sintonia entre a manchete e o conteúdo, e mesmo assim podemos considerar que nem todos vislumbram isso e nem toda matéria se preocupa em trazer a verdade à tona. Desse jeito, na cara de pau!
Vejamos estas duas manchetes de capa do líder do tal consórcio (Globo - 15.12.23):
No primeiro caso, a trágica morte do cantor gospel Pedro Henrique, de apenas 30 anos de idade, que deixou este plano no palco em que se apresentava. Caiu ali mesmo de infarto fulminante.
A imprensa, percebendo, há algum tempo, que a população está ficando alarmada com esse tipo de morte, que vem acontecendo de forma recorrente, especialmente entre os jovens, tratou de colocar um time especial em campo a fim de “minimizar” o fato, vez que o que preocupa é que a sensação que se tem é a associação que se faz com tratamentos profiláticos de determinadas doenças. E o alcance desta sensação é perigosa, por conta de suas causas, podendo bater nos calcanhares daqueles que afiançam e participam das respectivas campanhas sanitárias de sua aplicação.
A manchete da Globo, que não tem autoria jornalística remetendo sua autoria à redação do G1, em seu início, imagina estar se solidarizando com o sofrimento alheio, mas em seguida, como diz a moçada de hoje, passa pano dando ares de normalidade à morte. Mas vamos lá... na matéria, de cara limita-se a mostrar os casos apenas no meio de artistas, ocultando as mortes, e os maus súbitos, inclusive, as cardiopatias, que acontecem no meio da rua, no esporte, no telejornalismo, enfim, embrulha a morte do Pedro Henrique em papel crepom do meio artístico. Desvio de foco?
Ao citar os casos, a generosa mão que escreveu cai num precipício daquilo que busca evitar. Cita seis mortes em condições análogas a do cantor gospel. Tropeçou na própria analogia que buscou atrelar.
Prestem atenção nos detalhes, como o período do fato e a idade dos citados. Os mais atentos perceberão, tirando suas próprias conclusões.
Em 2004, morre Dimebag Darrell aos 38 anos, assassinado com 5 tiros na cabeça;
Em 2017, morre Bruce Hampton aos 70 anos sem citar a causa mortis;
Em janeiro de 2020, morre David Olney aos 71 anos, sem citar a causa mortis;
Em outubro de 2022, morre Singer Mikaben aos 41 anos, sem citar a causa mortis;
Em março de 2023, morre Costa Titch aos 27 anos, sem citar a causa mortis;
Em junho de 2023, morre Big Pokey aos 45 anos, sem citar a causa mortis;
Pedro Henrique morreu em dezembro de 2023 aos 30 anos, de infarto fulminante, deixando a esposa e dois filhos
No caso da segunda manchete, a intenção já é conhecida do brasileiro, o desarmamento da população, mas a insistência invejável da militância não deixa dúvidas: o sistema banca a parada!
Esse “serviço” que a imprensa presta ao sistema lembra muito aquele ditado chinês: “Enquanto o sábio aponta o dedo para a lua, o idiota olha para o dedo”. No levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz publicado pelo jornalismo do Consórcio de Imprensa, dá para tirar algumas conclusões, da minha parte, fora do contexto da matéria, que é o que interessa.
Para começar, o Instituto Sou da Paz não é um órgão oficial, mas sim uma ONG. Conforme anunciado em seu site, dos 15 financiadores, para ficar em apenas dois deles, cito a Fundação Lemann e a Open Society Foundations. Todo mundo sabe do que se trata... mas para variar, temos também um alto número de crédulos da sociedade, e aqui, os convido a conhecerem esse mundinho do sistema. Por isso, e apenas por isso, já podemos verificar que a credibilidade não bate à porta dessa gente.
O conteúdo, no final das contas, quase em sua totalidade, aborda mais a respeito dos custos hospitalares do que das vidas humanas. O viés aplicado é tão subordinado aos objetivos, que querem fazer crer, de forma subliminar ao desarmamento, que os custos justificam por si só que se deve tirar as armas do povo (nem tocam na questão da autodefesa).
Vamos brincar com os números deles, exceto os cifrões, porque senão vira jogo para os economistas?
Eles divulgaram em seus estudos que foram baleadas 50 pessoas por dia em 2022 no Brasil. Isso nos leva a 18.250 vitimados ao ano. A publicação do estudo, no entanto, não apresenta número de mortes e/ou sobreviventes, o que significa que essa informação é irrelevante para eles.
Já que tocamos no assunto de mortes cardiovasculares no tópico anterior (a mais alta no mundo todo), vamos nos ater a estes casos, conforme a seguir, para efeito de análise comparativa com os 50 casos de baleados da matéria em questão. Chegamos igualmente num mesmo número de 50 pessoas atingidas por estes problemas cardíacos, porém, com algumas singularidades mais do que importantes para anotar. As 50 vítimas de problemas do coração não são por dia e sim, por hora. Estes mesmos 50 são de óbitos e não entre mortos e feridos à bala.
Não se trata aqui, obviamente, de não dar importância às vidas perdidas ou sequeladas por agressões a balas. Meramente faço um contraponto justamente para mostrar que o interesse do “material jornalístico” apenas quer perfumar com odores de (falsa) sensibilidade humanística para dourar suas pílulas. Na verdade, o interesse da publicação recai mais para indicar que armas matam, alimentando as narrativas de que é preciso tirá-las de circulação. Imaginem se levantarmos aqui as mortes por acidentes de veículos automotores nas ruas e estradas brasileiras? Hão de querer tirar os carros de circulação também? E as vítimas de armas perfurocortantes? Desdenham de nossa inteligência ao ignorar que mãos e mentes é que provocam tais vítimas.
Matérias deste naipe servem mais para camuflar do que o princípio do jornalismo.
E não foi deixar de falar... políticos com suas ações de corrupção matam muito mais. Mas o silêncio da imprensa tem preço, então, está tudo dentro dos conformes.
Aproveito e lhes apresento meu novo livro “Jornalismo: A Um Passo do Abismo...”.
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Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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