Operador financeiro, cunhado de chefão do PCC, é suspeito de lavar dinheiro para a facção
07/12/2023 às 11:40 Ler na área do assinante
Diego Mazzi de Aquino, um operador financeiro de 36 anos atuante na região da Faria Lima, em São Paulo, está sendo acusado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) de lavagem de dinheiro.
As acusações apontam que ele atuava em benefício de Odair Lopes Mazzi Junior, conhecido como Dezinho, uma das figuras de comando do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Dezinho, que tem mais de duas décadas de envolvimento com o PCC, é cunhado de Diego. Ele foi detido em julho, após uma vida de luxo que incluía residências sofisticadas e viagens ao exterior. O MPSP indica que Dezinho e sua esposa, Carolina Mazzi de Aquino, usavam Diego e outros familiares como laranjas para aquisição de bens e movimentações financeiras.
Entre as evidências coletadas na Operação Sharks, havia joias e relógios avaliados em cerca de R$ 2 milhões na casa do casal. Diego, irmão de Carolina, é acusado de três crimes de lavagem de dinheiro e de fazer parte de uma organização criminosa.
O MPSP destaca que um veículo Kia Sportage, adquirido por Diego, era utilizado por Dezinho e Carolina. Em mensagens interceptadas, Diego admite colocar o carro em seu nome:
“A Sportage tá no meu nome”.
Em outro momento, expressa preocupação com multas e sugere a transferência do veículo para uma empresa de Carolina:
“Não Carol, o que eu tô fazendo agora é assinando o recibo de compra e venda da Sportage e passando pro nome do bronze, eu preciso que alguém venha aqui no banco”.
Além disso, em um áudio enviado à irmã, ele reclama:
“Se chegar mais alguma multa e eu não ver ou der algum problema, não conseguir transferir, eu fico dois anos sem dirigir. Tive que pagar cem reais para um cara pra ele fazer um esquema para tirar essa multa aí que te mandei, que já tinha passado o prazo que a mãe me mandou só hoje”.
Diego tem uma longa trajetória no setor financeiro, passando por um banco importante e uma grande corretora na Faria Lima.
A defesa do operador financeiro ainda não se manifestou sobre as acusações.
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