PAC, o engodo do século, de Plano de Aceleração do Crescimento a Plano de Aumento da Corrupção
14/03/2017 às 07:57 Ler na área do assinanteLula, no seu segundo mandato, após ter ampliado e consolidado os programas sociais, mantendo a saúde da economia e das finanças públicas - graças a sucessivos aumentos tributários, lançou um espetaculoso programa de investimentos ao qual seus marketeiros denominaram de PAC - Plano de Aceleração do Crescimento. Na realidade um Plano de Aumento da Corrupção.
A narrativa elaborada foi da solução dos grandes problemas nacionais, com mega empreendimentos. Nenhum outro empreendimento se encaixava melhor na história do que a transposição das águas do Rio São Francisco, para acabar com a seca do Nordeste.
Desde Dom Pedro II o imaginário da sociedade organizada, da opinião publicada, via como solução para a seca, levar as caudalosas águas do Rio São Francisco, para o semi-árido, através de canais, túneis e pontes.
Retomada a idéia a cada seca, passou a ter forma moderna com estudos preliminares de engenharia, ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso.
O PAC requeria mega obras que, pelo seu porte, só pudessem ser executados por grandes empreiteiras, com grandes volumes de contrato. Em função desse volume as comissões de intermediação, poderiam ser percentualmente baixas, sem chamar maior atenção.
A transposição das águas do Rio São Francisco, se encaixava plenamente nessas condições: uma mega-obra de grandes volumes de contrato, reclamada pelos políticos e sociedade nordestina e aceita pela sociedade organizada do Sudeste. A oposição era das tribos dos ambientalistas. Sempre muito barulhentos, mas sem a força real para obstruir os tratores estatais, quando os Governos se dispõem firmemente a levar a cabo a empreitada.
Lançada com a promessa e perspectiva de acabar com a seca no Nordeste, as obras foram iniciadas precipitadamente, sem os necessários detalhamentos de engenharia. As primeiras atividades realizadas pelos Batalhões do Exército e logo em seguida pela contratação dos grandes lotes, todos conquistados pelas grandes empreiteiras.
Desde o início, apontamos as intenções reais, mascaradas pela grande ilusão do fim da seca no nordeste e de um impacto muito menor do que o prometido. Por algumas simples razões: para a água chegar às casas das famílias é preciso estabelecer redes de distribuição e é preciso cobrar por ela.
Jorge Hori
Jorge Hori
Articulista