A escalada da violência e a omissão do povo aterrorizado
15/10/2023 às 17:20 Ler na área do assinanteNão é novidade para ninguém que o Rio de Janeiro é o estado mais perigoso para se viver no Brasil hoje em dia. Entretanto, querer culpar o Governo do Estado do RJ, atribuir ao Governador a culpa pela escalada da violência no Rio, pode até convencer os desavisados e desinformados que vivem longe do caos, mas não engana o carioca.
Na verdade, o que se vê é um esforço fenomenal das autoridades estaduais e das polícias do Rio para tentar amenizar o impacto da total omissão do governo federal e da cúpula do Judiciário no combate ao crime organizado – uma omissão que assume contornos de complacência.
Quando dizem que a polícia do Rio enxuga gelo prendendo bandidos diariamente, não é exagero. Ao contrário, o gelo ainda demora mais para derreter do que a soltura do bandido pela Justiça.
Os números falam por si.
Como a imprensa bem noticiou, dos 933 fuzis apreendidos no Brasil este ano, 472 foram recolhidos pelas forças de segurança do Estado. Isso não revela apenas um bom trabalho da polícia estadual. Vale lembrar que o Rio de Janeiro não tem fábrica de armas, o que significa que esses fuzis que entraram no estado atravessaram um longo percurso na santa paz celestial, sem que fossem interceptados pelos agentes federais.
Nossas fronteiras e estradas não estão sendo fiscalizadas como antes – estão abertas para o tráfico de armas e de drogas.
O mesmo governo que quer desarmar a população fortalece as quadrilhas organizadas com sua omissão criminosa. Esse mesmo governo que é contra armas nas mãos da população de bem, é capaz de relativizar as barbaridades cometidas pelo Hamas – estão muito claras as intenções dessa organização criminosa estatal.
As apreensões de drogas (maconha e cocaína) caíram mais de 30% em 2023. Por que será?
Está tudo escancarado! Eles já nem procuram mais esconder suas artimanhas.
E o povo calado...inerte...omisso...
Pior do que ver o povo acovardado, é constatar que boa parte da bancada da direita que foi eleita nos últimos tempos, se vendeu. Os que não se venderam, se recolheram – também se acovardaram.
Mas esses não têm perdão. Foram eleitos pelo povo para protegê-lo. O resultado é esse: uma escalada da violência jamais vista no Brasil.
O Governo do Rio vem fazendo a sua parte, mas é insignificante no combate à criminalidade – essa função compete ao governo federal. No Rio, o roubo de carga, por exemplo, caiu 57%, os homicídios violentos caíram 1% este ano, na contramão do resto do país.
Se as apreensões de drogas caíram mais de 30% no Brasil e o RJ foi responsável pela apreensão de mais da metade dos fuzis apreendidos no território nacional, imaginem quantas armas entraram no Brasil diretamente para as mãos das organizações criminosas nos outros estados.
Liberdade e direitos se conquistam. Um povo covarde nunca vai alcança-los.
Não adianta o pai de família se rebelar apenas quando a sua casa for invadida, quando sua filha for violentada na esquina ou quando a censura ou a ditadura vitima-lo decretando a sua prisão por “atos antidemocráticos” – aí será tarde demais.
Também de nada adianta atos isolados de cidadãos trabalhadores pelo Brasil afora. Serão alvos de prisões arbitrárias, ao arrepio da lei, servindo de exemplo aos demais que se recolheram às suas insignificâncias, com pavor de não serem os próximos.
O Brasil precisa de homens.
O mundo inteiro está cansado de saber o que o povo brasileiro vem passando – e não vão fazer absolutamente nada. Dessa forma, gritar “Lula ladrão, seu lugar é na prisão” como fizeram no último jogo do Brasil, é inócuo. Aliás, o que vem ocorrendo no nosso país é orquestrado também por interesses obscuros de uma comunidade internacional inescrupulosa – de olho nos nossos recursos naturais.
A única esperança é a população. Somente a força gigante do povo brasileiro para estancar essa enxurrada de ilegalidades que violentam a nação. Falta um mês para o feriado de 15 de Novembro. Devemos realizar uma mega manifestação, com muita energia e indignação, sob pena de sucumbirmos à ditadura, à corrupção e ao crime organizado estatal.
Já dizia Martin Luther King:
“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
Carlos Fernando Maggiolo
Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ.