Somente uma nova intervenção militar poderá recuperar a ética e a moralidade pública. Com o contingente político de que atualmente dispomos, o qual grande parte de parlamentares responde a processo na Justiça, ou transige com a continuação de condutas imorais políticas, o Brasil não sairá deste turbilhão corrupto.
O presidente Michel Temer se esforça, mas é alicerçado por uma corja de políticos desclassificados, que lhe dão sustentação e o levaram ao poder. Michel Temer, também citado em delação premiada, está refém de Renan Calheiros, Romero Jucá, Moreira Franco, Rodrigo Maia e outros lacaios ordinários, que denigrem a imagem da nação.
Ninguém em sã consciência é a favor de governo militar. Mas (1) a situação presente do país está em total descontrole em termos de segurança pública; (2) a criminalidade campeia no país; (3) os traficantes e criminosos de alta periculosidade comandam o crime de dentro dos presídios; (4) virou praxe a explosão de caixas eletrônicos no Brasil; (5) os crimes políticos são demorados para ser sentenciados; (6) a Justiça brasileira é frontalmente desafiada por políticos poderosos, que destratam a seriedade do juiz Sérgio Moro e de outros, e por isso desejam tirar as suas garantias constitucionais de poder operar no campo jurídico.
O Brasil militar passou por um período de paz social, que dá saudade, em que o cidadão de bem ia e vinha sem ser molestado, e as residências, igrejas, colégios e órgãos públicos não eram cercados por grades. Somente os subversivos de tendências comunistas abominavam o regime militar. Foi o tempo em que muitos brasileiros apolíticos construíram as suas vidas. E ressalte-se: nenhum ex-presidente militar morreu rico.
No período militar havia hierarquia e respeito, e o Brasil progrediu. Veja, por exemplo, a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a Ponte Rio-Niterói, a Transamazônica, a abertura ao capital estrangeiro, e tal situação acabou criando o chamado “Milagre Econômico”, no qual o país teve grandes índices de desenvolvimento econômico.
O maior erro dos militares foi devolver o Brasil aos políticos, sem deixar estabelecido que o poder militar das Forças Armadas deveria fazer parte constitucional de todos os governos, como espécie de poder moderador, para impedir que a Presidência da República fosse assumida por corruptos e correlatos.
Assim, somente com a volta dos militares ao poder - fechando o Congresso Nacional, extinguindo a reeleição e marcando pleitos com a presença de candidaturas novas, ou seja, sem a participação de nenhum atual ou ex-político -, o Brasil encontrará o cominho da moralidade pública e do desenvolvimento.
Por fim, como se pode ter esperança de um país moralizador(?), onde o novel ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), defendeu a anistia de Eduardo Cunha e ajudou a Câmara a desfigurar o projeto de iniciativa popular anticorrupção, que agora, felizmente, o ministro FUX, do STF, ordenou que o projeto voltasse à Câmara Federal para maior discussão e nova votação.
Júlio César Cardoso
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado.