Gigante francesa, desiludida, fecha às portas no Brasil (Ouça o áudio)
03/03/2017 às 16:04 Ler na área do assinanteA Fnac, cadeia de lojas francesa, uma das maiores distribuidoras de eletrônicos, livros e CDs do mundo, resolveu fechar suas portas definitivamente no Brasil.
Em um comunicado que está circulando nas redes sociais, a atitude extrema é anunciada com uma série de críticas ao governo brasileiro às dificuldades impostas para quem pretende trabalhar sério, impostos escorchantes e segurança precária.
Ao final do relato fatídico, o alerta: ‘O Brasil está cansando quem poupa, investe, produz, trabalha e comercia’.
Abaixo, a carta e o áudio.
da Redação
A FNAC CANSOU
Roberto Rachewsky
A cadeia de lojas francesa FNAC, uma das maiores distribuidoras de eletrônicos, livros, Cds e Dvds do mundo, cansou de, em nome do governo brasileiro, extorquir seus clientes com os impostos escorchantes embutidos nos preços de seus produtos.
Cansou de pagar pela metade seus trabalhadores, depois de ter confiscado a outra metade a mando do governo brasileiro, para quem é obrigada a entregar a parte que restou retida.
Cansou de fazer o trabalho de preencher infindáveis formulários com infindáveis informações para entregá-los atendendo prazos incompatíveis com qualquer noção de economia e razoabilidade, o que exige investimentos que se demonstram desperdício de recursos com batalhões de contabilistas, assessores, especialistas em TI e advogados civis, tributários e trabalhistas.
Cansou de lidar com a burocracia e a taxação excruciante definidas pela legislação alfandegária, subjetiva e arbitrária, que exige que o empresário pague um resgate pelas mercadorias das quais é proprietário, para tê-las à disposição para, depois de muita espera, poder vendê-las.
Cansou de ver seus clientes e funcionários, refugiarem-se em shopping centers para, inutilmente, tentarem escapar de assaltos, roubos e até assassinatos.
Cansou de estar à mercê de achacadores, políticos, fiscais, sindicatos e outros espécimes de uma fauna que abunda no Brasil e é popularmente chamada de parasitas do esforço alheio.
O Brasil está cansando quem poupa, investe, produz, trabalha e comercia.