O uso de tornozeleira eletrônica por agentes da PRF abate toda a Instituição

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O Brasil inteiro lamentou muito a morte da menina Heloísa que foi alvejada por dois tiros de fuzil no dia 7 de setembro passado, numa ação da PRF.

A família retornava para casa onde mora, em Petrópolis, na Região Serrana.

São duas as versões apresentadas.

O agente da PRF, Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ser o autor dos disparos, prestou depoimento (na Polícia Federal, onde foi instaurado inquérito) e disse que a atenção dos policiais estava voltada para o veículo, um Peugeot 207, depois de verificarem que a sua placa constava como produto de roubo.

Com a constatação os agentes ligaram o giroflex e seguiram o veículo por cerca de mais de 10 segundos, quando escutaram barulho de tiros e chegaram a se abaixar na viatura. Em ato contínuo Fabiano afirma ter disparado três vezes, em razão das circunstâncias. 

De outro lado temos o depoimento do pai da vítima, Sr. William Silva, segundo o qual os agentes teriam atirado contra o carro antes que a família pudesse descer do veículo. Disse que percebeu a viatura, mas que ela estaria atrás dele com as luzes apagadas – e então ligaram o giroflex.

Segundo William, quando ele percebeu “a presença da viatura muito próxima pelo retrovisor, ele deu seta, parou no acostamento e a partir daí, em poucos segundos, os fatos se desencadearam com os tiros".

Ainda com base no depoimento de William, os policiais não teriam dado nenhum comando para que o carro parasse e não teria tido nenhum barulho externo antes dos disparos.

Realmente uma tragédia lamentável. Não importa qual tese prospere, é muito triste.

Mas...

Um fato como esse era tudo o que a grande mídia esperava para poder dar prosseguimento ao plano de apequenar, enfraquecer, desmoralizar, sucatear e até extinguir os órgãos policiais. Como não poderia deixar de ser, o caso da menina Heloísa virou um show midiático de cunho policiofóbico.

Tal qual uma orquestra, no mesmo sentido que as matérias estavam os discursos de personalidades ordinárias como Lula e Janja, batendo na classe policial.

O plano é maquiavélico!

Ora, quem mais vem incomodando o crime organizado com recordes de apreensões de drogas? Quem mais sufocou as organizações criminosas com prejuízos gigantes?

É natural esse ódio que essa gente nutre pela PRF. Afinal, só nesse ano, a PRF fez a maior apreensão única de cocaína de toda a nossa história: 1.860 kg encontrados no dia 27 de fevereiro, na caçamba de um caminhão em Sidrolândia (MS) e no dia 16 de agosto realizou a maior apreensão do ano na BR 060 – 23 toneladas de maconha escondidas num caminhão tanque. 

Essa é a nossa PRF, uma polícia que a cada ano bate seus próprios recordes.

Só que essas prisões e apreensões incomodam alguns, por incrível que pareça.

Cada apreensão é um rombo no caixa do Comando Vermelho, do Primeiro Comando da Capital e deixa aquela turma do Alemão e da Maré raivosos, fora as apreensões de armas que é outro prejuízo e também sufoca as quadrilhas.

A PRF deve ser muito “inconveniente” para alguns moradores de Brasília, não é mesmo? Um fato como esse da menina Heloísa é o suficiente para turbinar o plano dos incomodados, de desgastar a imagem das forças policiais, sobretudo da PRF.

Tanto é que o Ministro Gilmar Mendes solta a seguinte pérola em seu perfil no X:

“Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses — e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais —, merece ter a sua existência repensada”.

Com a devida vênia, Sr. Ministro, mas a nossa PRF é das polícias que mais  apreende drogas no mundo todo, repensada deve ser a forma pela qual um cidadão qualquer chega a ser ministro da Suprema Corte desse país, isso sim.

E mais uma vez o Poder Judiciário mete seus tentáculos sutilmente nas entranhas das instituições que visam proteger a sociedade – o braço forte, armado. Primeiro foi no Caso Mauro Cid, determinando ao Exército que um oficial condecorado de alta patente seja afastado de suas funções.  Agora, no lugar de prender, a Justiça Federal determinou que os agentes entreguem suas armas e cumpram funções administrativas – usando tornozeleiras eletrônicas.

Vamos ter agentes da PRF trabalhando com tornozeleiras eletrônicas – é bizarro!

Parabéns a todos os envolvidos nesse plano macabro de desmoralização das polícias! Dessa vez o tiro foi certeiro! É humilhante para os agentes que estão usando e para todos os demais. Baixa a moral da tropa.

Lembrando que para o Sérgio Cabral acaba de ser deferido o seu pedido para cessar o uso de sua tornozeleira. Está solto e agora, sem tornozeleira.

BRASIL...SIL...SIL !!!

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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