Denúncia gravíssima coloca Rodrigo Pacheco e ministro de Lula em maus lençóis... (veja o vídeo)
11/09/2023 às 16:59 Ler na área do assinanteEm denúncia publicada pelo Portal de Notícias UOL, assinada pelo jornalista Thiago Herdy, um empreendimento milionário do setor imobiliário atravessa o caminho do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, e do ex-senador Alexandre Silveira, atual ministro de Minas e Energia. Rodrigo Pacheco, ainda que rondoniense de nascimento, aos dois anos veio com os pais para Passos em Minas Gerais, e Alexandre Silveira, nascido em Belo Horizonte, tem, ambos, firmado sua formação e base política com raízes mineiras.
A reportagem é elucidativa quanto a estranhos envolvimentos de assessores dos dois parlamentares, além de usar, ao que tudo indica, um laranja no processo de loteamento da área que tem valores comerciais astronômicos, flutuantes entre R$114 milhões e R$190 milhões. Colocando em primeiro plano que há algo de podre no reino da Dinamarca, quer dizer, no reino de Ipatinga/MG, cidade que abriga a área de 323,8 mil metros quadrados dos supostos envolvidos, que fica dentro de um empreendimento ainda maior de 2,5 milhões de metros quadrados de área que ocupa terras em dois municípios; Ipatinga e Caratinga.
Com muitos detalhes, o jornalista traça os cruzamentos que envolvem os dois senadores. De laranja a assessores, de advogados a sócios, de construtoras a bancos. O “dono” único do empreendimento, até que começaram a pairar enevoadas suspeitas sobre o caso, seria Humberto Silva Teixeira, um técnico de segurança com vida humilde na mesma cidade. O envolvimento dos assessores dos parlamentares começa aqui, onde Bruna Godinho e José Júlio Costa Neto, respectivamente, de Pacheco e de Silveira, têm relações perigosamente tóxicas. Bruna, que é de Passos, reduto eleitoral de Pacheco, tem relações de assessoria com Pacheco, tanto no seu escritório de advocacia, quanto no gabinete do senador, e José Júlio que é, além de assessor, sócio de Silveira. Por sua vez, Humberto tem ligações pessoais e funcionais com José Júlio há muitos anos em Ipatinga.
A teia do empreendimento, ao longo do tempo, tem negociações com escritórios de advocacia, empresas (Alternativa Para Todos Participações e Empreendimentos, Ibiporã Negócios Imobiliários e Genesys Participações S/A), construtoras (Construtora Ambientalmente Sustentável e Egesa), bancos (Fundo de Investimentos administrados pelo Bradesco, Santander e Votorantin) e até mesmo com o ex-governador de Minas Gerais e ex-senador, Antônio Anastasia, hoje ministro do Tribunal de Contas da União. Aliás, Alexandre Silveira era o suplente de senador do Anastasia quando este foi para o TCU, assumindo a cadeira dele no senado (desde fevereiro de 2022 até assumir o ministério de Minas e Energia).
Enfim, há muito que explicar... até agora as notas emitidas por dois dos envolvidos, Rodrigo Pacheco e José Júlio, não convence ninguém.
Assista o vídeo:
Mas tem um lado peculiar nessa história que não pode fugir do espectro de análises, sob o prisma do caráter deles. Rodrigo Pacheco se tornou um político, hoje senador, acovardado, e odiado pelos brasileiros, diga-se de passagem, que como presidente do Senado Federal não faz uso da prerrogativa republicana que tem a fim de acionar os mecanismos de freios e contrapesos (constitucionalmente falando) para equilíbrio dos poderes. Só ele, e mais ninguém, pode interpelar e colocar sob debate no Senado as dezenas de pedidos de impedimentos de ministros do STF, e eventual julgamento pelo plenário da casa. Prefere prevaricar e não o faz sob nenhuma hipótese! Esse comportamento suscita desconfianças que atrelam a interesses pessoais, seja ele de cunho político ou profissional. Se são justas ou não, é outra história. Lembrando que o nome de Pacheco sempre é aventado para ocupar vaga de ministro no próprio STF, talvez um sonho pessoalíssimo. Além disso, seu portentoso escritório de advocacia, sediado em Belo Horizonte, ainda que no papel tenha renunciado à sociedade por ocupar cargo de liderança pública, tem uma banca gigante de advogados que defendem muitas causas no próprio Supremo Tribunal.
Já Alexandre Silveira, advogado e delegado de polícia, ainda sob os auspícios da política, é um daqueles políticos que navegam sempre por águas calmas, capazes de atender seus interesses tribais, independente de ideologia. Um verdadeiro come-quieto (no bom sentido) como são conhecidos os mineiros. Migra da esquerda para a direita, e vice-versa, como quem troca de camisa. Já chafurdou com petistas como já voou com tucanos. Este episódio do empreendimento imobiliário, pauta jornalística, dá uma pequena noção do que é capaz de fazer. Hoje, como ocupante do Ministério de Minas e Energia do governo comandado (mas, nem tanto, por causa do Centrão) por um ex-presidiário, tem sob sua tutela a Petrobrás. Mas, o atual presidente da empresa é Jean Paul Prates, um velhaco vermelho, petista de quatro costados, e sei lá quem é que manda em quem... afinal, Silveira tem seu sorriso trafegando suavemente em fotos por diversas frentes de poder. Desde que atenda ao seu umbigo. Click, click...
Alexandre Siqueira
Articulista
@ssicca no Twitter
Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo... da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!