
A incompreendida estratégia de Michel Temer (veja o vídeo)
21/02/2017 às 10:17 Ler na área do assinante
Michel Temer, ao contrário do que parece segue uma visão estratégica de Governo. Seus opositores não.
Temer percebe que só tem condições de se manter no Governo, com poderes, se a economia reanimar.
A visão dele é de que Dilma não estava conseguindo conter a trajetória descendente da economia, fundamento estrutural do afastamento dela. E que, se ele não conseguir reverter a tendência, também não conseguirá completar o mandato.
A visão não é original. Era a de Lula, para manter Dilma e o PT no poder. Ter Meirelles no comando da política econômica e Temer na articulação no Congresso. Mas Dilma não aceitou essa proposta e acabou sendo afastada.
Temer chamou Meirelles para a Fazenda e assumiu - ele mesmo - a articulação política, com auxílio dos seus contumazes auxiliares.
Atende ao mercado e seus analistas, mas com ressalvas porque obtém as aprovações dentro da mais tradicional "velha política".
Sem as práticas da "velha política" o Governo não conseguiria aprovar no Congresso as reformas, como demonstram os fracassos de Governos anteriores.
As reformas pretendidas são impopulares e jamais terão o apoio popular. Só de uma parte da elite, a minoria silenciosa. A aprovação das reformas piora a popularidade.
O custo da viabilização de uma política econômica de revitalização da economia é o uso intenso da "velha política". Mesmo com essa não será fácil aprovar algumas medidas.
Jorge Hori
Jorge Hori
Articulista