O ex-deputado Eduardo Cunha tinha como favas contadas que sua liberdade seria restituída pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (15). O ‘esquema’ estava montado.
Um ministro do STF já havia inclusive dado entrevista criticando a longevidade das prisões preventivas. Era o prenúncio da decisão favorável a Cunha.
Entretanto, o juiz Sérgio Moro, sempre atento, ágil e diligente, num despacho magistral, jogou um verdadeiro ‘balde de água fria’ em qualquer intenção de maldade dos ministros da Suprema Corte.
Cirúrgico, Moro proferiu um despacho histórico, enquadrando o ‘botequim das togas’. Confira o trecho mais emblemático:
‘A questão real — e é necessário ser franco sobre isso — não é a quantidade, mas a qualidade das prisões propriamente e a qualidade dos presos provisórios. O problema não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas sim que se tratam de presos ilustres, por exemplo, um dirigente de empreiteira, um ex-ministro da Fazenda, um ex-governador de Estado, e, no presente caso, um ex-presidente da Câmara dos Deputados. [...] As críticas às prisões preventivas refletem, no fundo, o lamentável entendimento de que HÁ PESSOAS ACIMA DA LEI e que ainda vivemos em uma SOCIEDADE DE CASTAS, distante de nós a igualdade republicana."
A prisão de Cunha foi mantida por 8 a 1 no STF.
Nos próximos dias ele tenta mais uma cartada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas Cunha já está desesperado.
da Redação
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