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Tebet já havia “engolido o sapo” para garantir a “boquinha”
30/07/2023 às 19:41 Ler na área do assinante
Fotomontagem reprodução
Antes de entender a polêmica com Márcio Pochmann para o IBGE, é necessário saber de uma informação que muda o contexto consideravelmente. Quando Tebet recebeu a pasta para apoiar Lula na eleição, foi deixada como condição, a indicação direta de Lula para a presidência dessa instituição.
Na época, Tebet não se opôs, mas não sabia exatamente qual era o nome que seria indicado. Mesmo com resistência de muitos dentro do próprio núcleo de Haddad, e de Simone, a nomeação teve de descer goela abaixo. Inácio tinha deixado a cama preparada, ainda na época de campanha.
Pochmann dirigiu o IPEA, e foi criticado pelos secretários da época de ter aparelhado o instituto, onde muitas demissões e atitudes polêmicas marcaram sua gestão no governo Dilma. Pochmann é do núcleo duro do círculo de amizades de Lula.
Na época em que o PT mais sofreu ataques, quando Lula estava preso, faltavam candidatos na região de Campinas. Márcio aceitou os pedidos de Lula para sair candidato a prefeitura, e ao não vingar, acabou dirigindo os institutos do PT, onde se aproximou ainda mais do presidente atual, que tem uma espécie de dívida com ele.
O IBGE é uma importante ferramenta na construção de políticas públicas, e pode ser o norteador dos investimentos federais. O receio de muitos economistas, é que dados maquiados privilegiem Estados e Municípios de esquerda, e que informações sobre o PIB e Economia, ganhem novos “Parâmetros” que mudem a base real das informações.
Lula acionou a militância para diminuir os impactos da notícia. Segurou o nome até agora, pois sabia que daria repercussão.
Agora, o ex-professor universitário vai assumir a pasta de um governo, onde o presidente é famoso por suas declarações sobre números fantasiosos das estatísticas no Brasil. Imagina só, se essas declarações, tivessem o peso de serem documentadas em uma instituição especializada?
O receio é compreensível.
E a fiscalização dos novos “Parâmetros” deve ser acompanhada de perto.
Victor Vonn Serran
Articulista