"A fronte precipitium, a tergo lupi"... Adiante um precipício, atrás um lobo
23/07/2023 às 09:50 Ler na área do assinanteDurante 4 anos do governo Bolsonaro o “consorcio de imprensa”, formado pelo grupo Globo/Uol/Folha/Estadão e demais jornais e redes de TVs filiados ao grupo em todo território nacional, gritavam através de manchetes, todos os dias, que Bolsonaro daria um golpe, que haveria ditadura no Brasil, que o Brasil estava ameaçado, que a democracia estava em perigo...
Mas, nada disso aconteceu!
Ou melhor, a estratégia para tomada de poder era essa: ameaçar a sociedade de um perigo iminente que não havia; uma espécie de meteoro invisível que se dirigia a “terra brasilis” para destruí-la... Como parar tudo isso? Como fazer cessar a ameaça? Eis a resposta para essa pergunta:
- Entregar o poder aos que assaltaram o Brasil recentemente! Sim, essa foi a solução encontrada, essa era a solução ressaltada nas entrelinhas dos jornais. Essa foi a solução sugerida, sutilmente, nos 4 anos do governo Bolsonaro pelas autoridades, jornalistas, artistas, religiosos, blogs, ongs, todos ligados ao petismo e seus asseclas, que haviam roubado descaradamente os brasileiros. Sim! Essa era a solução!
E ela seria implantada a fórceps, de qualquer jeito, como todos assistimos, seja pela imposição de urnas que não permitem recontagem de votos, seja pela proibição de relacionar o descondenado Lula a ditadores ou de processar qualquer um que reclamasse sobre qualquer medida e as palavras usadas eram sempre as mesmas: ameaça a democracia! E os que queriam Lula no poder afirmavam batendo no peito:
- Nós somos os defensores da democracia!
E o poder foi tomado. E poder foi entregue aos ladrões descondenados pelos que diziam defender a democracia!
Seis meses depois os brasileiros descobriram quem eram os democratas. E não eram aqueles que afirmavam defender a democracia. Estes, como veremos neste texto, aplicaram o golpe que diziam que Bolsonaro ia dar e instituíram no Brasil a “Ditadura Democrática”.
Disse o ministro do STF, Barroso, aquele que era defensor/advogado do terrorista Batisti que assassinou 4 pessoas na Itália, confessou o crime, mas Barroso insistia que ele era inocente. Apontado por Lula ganhou um emprego vitalício no STF de guardião da Constituição. Confessou Barroso, em evento da UNE:
- “Derrotamos o bolsonarismo”!
Foi a confissão de um golpe de Estado! Assumiu ser um integrante do grupo político que derrotou Jair Bolsonaro. Disse Rodrigo Constantino:
- “Barroso, sem se segurar na vaidade, assumiu os créditos por ter derrotado Bolsonaro. Torcedor na melhor das hipóteses, ativista ilegal na mais provável. É crime essa partidarização escancarada, e Barroso é reincidente. Várias vezes”.
São frases de Barroso que corroboram e reafirmam sua participação no golpe:
- "Perdeu, Mané, não amola!". "O Poder Judiciário virou um poder político". "Eu impedi aquela PEC do retrocesso, do voto impresso!". "Eles queriam a volta do voto em cédulas de papel..."
E o descaramento segue a todo vapor, mostrando aos brasileiros o que é a “Ditadura Democrática”. Eis algumas das falas mais idiotas do presidente “descondenado-semi-analfabeto”:
- “Eu poderia chamar de nazistas fanáticos, stalinistas fanáticos… Ou melhor, stalinistas não” (8/1)
- “O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ele ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam” (18/1)
- “Eu na verdade sou um sem casa, um sem palácio. Vocês precisam reivindicar o direito de eu morar” (31/1)
- “Alguém tem que falar para o Putin: ‘Cara, para essa guerra’, ou ‘Zelensky, para essa guerra’” (10/2)
- “Se tem gente com fome, alguém está comendo mais do que deveria” (28/2)
- “Os livros de economia estão superados” (20/3)
- “Só vou ficar bem quando f*der com o Moro” (21/3)
- “Se tem uma profissão honesta, é a do político” (28/4)
- “Cumpanheiro Maduro... você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo... é preciso que você construa a sua narrativa” (29/5)
- “Aqui no Brasil nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo” (29/6).
Para completar a “ópera-bufa”, o “intelectual orgânico-de-meia-tijela-petista-presidente”, resolveu comentar o incidente no aeroporto de Roma entre o ministro Alexandre de Moraes, a mulher e o filho e um casal de brasileiros, um senhor de 70 anos e sua esposa. Antes do chefe se pronunciar o “consórcio de imprensa” e seu “jornalismo profissional” afirmaram taxativamente que o ministro havia sido agredido por “bolsonaristas”. Então o chefe entrou em cena:
- “Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem ódio, como o cidadão que agrediu o ministro Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma. Um cidadão desses é um animal selvagem, não é um ser humano — afirmou Lula... Essa gente que renasceu no neofascismo colocado em prática no Brasil tem que ser extirpada, e nós vamos ser muito duros com essa gente para eles aprenderem a voltar a serem civilizados. Queremos paz, trabalho, emprego, educação, saúde e viver bem”.
O “consórcio de imprensa”, Lula e seu ministro não tem nenhuma prova sobre o que aconteceu. O homem acusado nega tudo e afirma que a agredida foi a sua mulher e que o agressor foi o filho do ministro.
Mas Lula e seu ministro da Justiça já assinaram, antes da apuração dos fatos, a condenação dos suspeitos:
- ” ... São animais selvagens” e precisam ser “extirpados”.
Em artigo para Gazeta do Povo em 19/07/2023, intitulado “Perseguição a bolsonaristas /Retórica genocida”, o filósofo Flávio Gordon analisou o caso:
- "Note-se que o presidente da República não se restringiu a comentar individualmente sobre o suposto agressor de Moraes, o que já seria alarmante, sobretudo porque nada ainda permite extrair uma conclusão inequívoca sobre o episódio.
O mandatário, amigo e aliado de narcoditadores e criminosos contra a humanidade como Maduro e Ortega, referiu-se a “essa gente”. É “essa gente”, comparada a um animal selvagem, que o presidente da República diz querer extirpar ... Em períodos recentes, é difícil lembrar de algum líder de qualquer pretensa democracia no Ocidente utilizando abertamente, em público, esse tipo de retórica, a qual, a meu ver, pode perfeitamente ser qualificada como genocida.
Com efeito, diante da fala do mandatário brasileiro sobre ‘extirpar’ determinado segmento político, lembrei-me imediatamente de frases como as de Adolf Hitler sobre os judeus:
- ‘Já não são seres humanos. São animais. Nossa tarefa não é, portanto, humanitária, mas cirúrgica. Caso contrário, a Europa perecerá sob a doença judia’.
Ou a de Lazar Kaganovich, braço-direito de Stalin, sobre os inimigos do Estado soviético:
- ‘Pensem na humanidade como um grande e único corpo, mas que, periodicamente, requer algum tipo de cirurgia. Ora, eu não preciso lembrá-los de que não se faz uma cirurgia sem cortar membros, destruir tecidos e derramar sangue’.
É a essa cultura política que a frase do petista nos remete."
Hoje, os assim estigmatizados como “bolsonaristas” foram efetivamente reduzidos à condição de párias e inimigos do Estado, indignos, portanto, de todas as garantias constitucionais dadas aos demais cidadãos... No entanto, na esfera da linguagem, já se observa há algum tempo um mecanismo cada vez mais virulento de estigmatização, processo que tem como alvos o presidente Jair Bolsonaro, seus apoiadores e qualquer um que, apenas por não aderir irrestritamente à agenda da oposição, venha a ser marcado com o estigma do bolsonarismo.
São recorrentes os exemplos de linguagem estigmatizadora e desumanizadora, utilizada com cada vez menos cerimônia (...) Fulano é bolsonarista, logo, contra ele tudo é permitido – eis, enfim, o silogismo consagrado nas redações, nos estúdios, nos palcos e nos tribunais do Brasil de nossos dias.
Mas assusta presenciar o próprio presidente da República empregando essa verborragia desumanizadora, uma verborragia que, ao longo da história, invariavelmente antecedeu e preparou perseguições políticas e assassinatos em massa. E assusta, sobretudo, constatar que, hoje, já não há qualquer instituição, quer estatal, quer civil, disposta a lhe fazer um contundente contraponto”.
E só para mostrar como funciona a “Ditadura Democrática” petista o subprocurador Carlos Frederico Santos – candidato à vaga de procurador-geral da República – pede ao STF os dados de quase 70 milhões de seguidores de Bolsonaro em redes sociais.
Qual a intenção? Constranger os seguidores de Bolsonaro? Incutir medo? Apavorar? Aterrorizar os apoiadores? Mostrar que todos estão sendo monitorados? Calar a oposição através do terror?
Após repercussão negativa, a PGR diz que não investiga seguidores. Mas fica a dúvida: a PGR queria dados de 70 milhões de apoiadores de Bolsonaro. Mas seus apoiadores não eram “apenas” 58.206.354, segundo o resultado das urnas eletrônicas?
E como já foi dito neste texto, não há qualquer instituição, quer estatal, quer civil, nem exército, nem aeronáutica, nem marinha, muito menos a OAB, direitos humanos, partidos políticos, disposta a fazer uma incisiva oposição aos donos do poder no Brasil, nem mesmo se queixar ao Papa que apoia os canhotas.
Mas a coisa não para por aí. Nesta sexta os jornais do “consórcio de imprensa” bradaram com grande alarde e satisfação:
- “Lula propõe prisão por até 40 anos para quem 'atentar' contra vida de ministros do STF ou presidente. Proposta, que precisa ser aprovada pelo Congresso, também inclui aumentar a pena para quem atentar contra a integridade física e a liberdade das autoridades”.
As propostas foram articuladas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e batizadas de "Pacote da Democracia".
“Pela proposta de Lula e Dino, pode ser ampliada a punição, para uma pena de 20 a 40 anos de prisão, quando esse "emprego de violência ou grave ameaça" for cometido contra presidente da República, vice-presidente, chefe do Senado ou da Câmara dos Deputados, procurador-geral da República ou ministros do STF, para "alterar a ordem constitucional democrática".
A proposta também eleva a pena, para 6 a 12 anos de prisão, para quem atentar contra a integridade física e a liberdade dessas autoridades.
A medida é lançada uma semana depois do ministro Alexandre de Moraes, do STF, alegar ter sido hostilizado no Aeroporto de Roma, na Itália, em episódio no qual seu filho de 27 anos teria sido agredido fisicamente”. (site Terra).
Então, meus amigos, agora “todos não são mais iguais perante a lei”. Há uma lei para os especiais: presidente da República, vice-presidente, chefe do Senado ou da Câmara dos Deputados, procurador-geral da República ou ministros do STF e outra para o comum dos mortais trabalhadores brasileiros. Isto é: se qualquer uma dessas “ortoridades” atentarem contra você ou você se sentir ofendido e reagir contra elas a sua punição será quadruplicada.
Constitucionalistas e criminalistas ouvidos pelo Estadão classificaram o pacote de projetos de leis que endurecem as penas para quem 'atentar' contra o Estado Democrático de Direito como 'exacerbado', 'desproporcional', 'descabido' e até 'inconstitucional'.
É a nova “Ditadura Democrática” dos petistas em ação.
Ou como afirma a abertura de nosso texto:
- “Adiante um precipício, atrás um lobo”.
Para ser mais claro: os brasileiros estão sem saída!
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)