Chegou a hora de "jogar o jogo"

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Quando a maioria dos leitores me perguntava sobre a possível queda de Inácio no decorrer da gestão, eu sempre dizia que se fosse acontecer, aconteceria no final do ano que vem.

Calculava, entre meus poréns, a ideia de um crescimento artificial da economia, regado de muita emenda parlamentar. Até os erros de posicionamento começarem a aflorar, e ficarem nítidos, haveria muita maquiagem, o que acabaria atrasando os planos dos tucanos.

Mas a direita pode dar aquela força para o Lula, e ajudar o molusco a ficar mais tempo na presidência, pelo simples fato de não se perguntar o que é efetivo e realmente importante ao espectro.

Perguntas geralmente evitadas pela nossa vaidade, que escondem a origem de tanta ineficiência.

Qual o grande problema do Brasil hoje? O judiciário?
Se esse, podemos usar o Senado para consertar?
Mas não, não podemos. Talvez usar a Câmara?
Mas se 92% dos parlamentares forem centrão, como eu faço? 
Se eu ofender o Supremo nas redes e na rua vai ajudar? 
Invadir lugares seguindo idiotas, vai ajudar?
Bater em gente que trabalha fora dos holofotes, para captar o centrão, vai ajudar?
Por que raios insistimos tanto, no que não vai ajudar?

Claro que existe essa dor no peito pela injustiça. Queremos gritar e esbravejar o quanto o sistema está corrompido, e quanto o povo sofre com isso.

Porém, a coragem vira estupidez, quando nos gritos de indignação, ofendendo um ministro ou pedindo intervenção, denunciamos nossas posições para os snipers da comunicação. Basta algumas manchetes trocadas, para que velhinhas de Bíblia, sejam transformadas em inimigos da Democracia. Não dá para esperar o correto do estado aparelhado. Qualquer percepção fora disso é inocência.

Nisso chegamos em uma encruzilhada, onde a decisão só entrega dois caminhos. Ou seguimos para uma direita inteligente, pragmática, menos emocional, e de muita política partidária, ou seremos alvejados com indignação e tudo. Quanto mais cedo entender como o sistema funciona, menos chance de sermos engolidos por ele.

Ou evoluímos como grupo político, ou seremos derrotados. Claro que eu queria ter outras opções. Mas Infelizmente, isso é o que tem para hoje.

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