Hoje, ao contrário do passado recente, não são apenas empresas públicas, sindicatos e universidades aparelhados pela esquerda retrógrada, atrasada e antinacional. Hoje são as chamadas “instituições” da República que estão podres, aparelhadas e simplesmente compráveis.
Nos dias 06 e 07 de julho (antevéspera e véspera da aprovação da reforma tributária na Câmara) Lula liberou, no total, R$ 7,4 bilhões de reais em emendas parlamentares para comprar os deputados (inclusive do PL, partido de Bolsonaro) e fazê-los votar uma reforma tributária que sela o fim do Brasil como democracia - embora já claudicante, por conta do ativismo político do STF - e força sua entrada no grupo das ditaduras latino-americanas.
O assunto é longo e complexo, cheio de tecnicalidades que escapam o objetivo deste texto. O substitutivo da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária, apresentado em 22/06 no Congresso Nacional, resultará em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços. Segundo um estudo da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgado em 23/06, “os impostos no setor de serviços sofrerão aumentos que podem chegar a 261% para as empresas do Simples Nacional. Os mais prejudicados serão as atividades recreativas e culturais (171%), os serviços pessoais (160%), seleção, agenciamento e locação de mão de obra (157%), serviços de alojamento (153%), e serviços para edifícios e atividades paisagísticas (145%).”
Esta reforma, se for aprovada no Senado como saiu da Câmara, selará o fim do setor de serviços, que representa 70% do PIB brasileiro. Setor de serviços é sinônimo de classe média e classe média é sinônimo de setor de serviços pujante. Esta, a classe média, irá para o buraco com o setor dos serviços. Não existe democracia sem classe média forte. Ditaduras não coexistem com duas coisas: liberdade e classe média (Talvez seja por isso que a filósofa Marilena Chauí, militante do PT, já declarou que odeia a classe média).
Ditaduras são, necessariamente, centralizadoras, como é do gosto de Lula. É o caso de Cuba, Venezuela, Nicarágua, União Soviética, Coreia do Norte, etc., onde a classe média foi destruída. É o que acontecerá ao Brasil se esta estúpida reforma lulopetista for confirmada no Senado, como saiu da Câmara.
Há um outro aspecto, igualmente medonho e pernicioso desta reforma do PT e adjacências. Por esta “reforma” todos, absolutamente todos os impostos (federais, estaduais e municipais) tomados do povo trabalhador do Brasil irão para o governo federal.
“Nunca antes na História do Brasil”, dirá o ex-presidiário que se orgulha de ser chamado de comunista, o Brasil se tornará tão centralizado, como convém a uma ditadura. Será criado (por lei complementar, a atual reforma não explica como será criado) um CONSELHO FEDERAL que decidirá o que voltará de recursos financeiros aos Municípios e Estados.
Entenderam? Isto transforma os prefeitos e governadores em MENDICANTES que perambularão por Brasília com o pires na mão tentando liberar algum dinheiro.
Claro que os critérios para liberação – não publicáveis, sem dúvidas! – incluem a canina submissão de prefeitos e governadores ao GRANDE IRMÃO FEDERAL, o ex-presidiário Lula. Isto é garantia de permanência e perpetuação de Lula e de sua quadrilha no poder. A isto se chama DITADURA e é isto que esta reforma tributária cria.
Ela transforma o Brasil (finalmente, ufa!) numa enorme VENEZUELA. A corrupção nas estatais voltará plena e, como nunca, livre e desenvolta. Lula poderá enriquecer mais ainda e seus “cumpanheros” da Venezuela, de Cuba, da Nicarágua e demais ditaduras mundo afora terão dinheiro do BNDES à farta.
Absolutamente centralizado, o Brasil deixará de ser uma Federação, como definido na Constituição Federal, e se tornará um Estado Unitário, sonho de Lula, como de todo ditador. Toda a arrecadação será federal e uma instituição, também federal (o tal Conselho Federal, obediente a Lula, claro), decidirá o que voltará aos Estados e Municípios. Prefeitos e governadores viverão em Brasília, feitos pedintes, curvando-se ante o Grande Ladrão e implorando algum dinheiro.
O Brasil, com esta reforma, dará um passo gigantesco rumo ao Bolivarianismo, outro nome para Lulopetismo. A Venezuela será aqui. Assim, Florianópolis, por exemplo, certamente terá um retorno de impostos menor do que Garanhuns, onde nasceu Lula. Meu Estado, Santa Catarina, terá um retorno financeiro menor do que o Maranhão - terra dos Sarney e de Flávio Dino -, o Estado mais atrasado, improdutivo e miserável do Brasil, porém grande eleitor de Lula.
A reforma do PT ainda precisa ser aprovada no Senado. Lula e senadores já devem estar fazendo cálculos de quantos bilhões de reais dos contribuintes serão necessários para aprovar, no Senado, a destruição do Brasil como Federação e sua transformação em uma ditadura centralizada. A sociedade brasileira precisa concentrar sua atenção no Senado, para abortar este crime contra o Brasil, conchavado no Gabinete de Lula, no Planalto, e aprovado pela Câmara a preço de ouro pago pelos contribuintes.
Para os brasileiros, se este quadro medonho se configurar no Senado como ocorreu na Câmara, só vejo três saídas: a miséria venezuelana e, para quem puder, o aeroporto de Guarulhos ou o aeroporto do Rio de Janeiro.
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.