Bolsonaro fala sobre TSE, minuta do golpe, eleições e causa verdadeiro "terremoto político"

Durante sua apoteótica passagem por Porto Alegre, nessa quinta e sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista a tradicional Rádio Gaúcha.

Sem papas na língua, Bolsonaro lembrou que no passado apresentou um projeto reativando a votação em cédulas de papel:

"Por que você não pode criticar o sistema de votação, meu Deus do céu? Que democracia é essa? 

Que se você falar em votação, falar em vacina, ou falar naquele projeto de censura agora, que está em discussão no Congresso, você pode ser preso."

O ex-presidente também questionou o fato de inúmeras páginas e influenciadores nas redes sociais terem sido silenciados e que todos os alvos da censura são do espectro ideológico da direita.

"Em um julgamento justo, serão mantidos meus direitos políticos, este é o meu pensamento. Em 2017 quando julgaram a chapa Dilma-Temer houve uma jurisprudência do TSE, que não aceitou novas provas anexadas ao processo. E ficou valendo para o julgamento a ação inicial do PSDB em 2015. Dessa forma, a chapa foi mantida legal, se bem que naquele momento a senhora Dilma Rousseff não era mais Presidente, ela havia sido caçada no ano anterior, e teve os direitos políticos dela mantidos. Assim, o senhor Michel Temer continuou Presidente da República. E quando acontece uma coisa dessa, cria-se uma jurisprudência. E a mesma coisa deverá ser feita por parte do TSE, não aceitando outras possíveis provas inseridas. Então entendo que ocorra o mesmo comigo", ratificou.

Bolsonaro falou também sobre a suposta minuta do golpe, peça anexada ao processo, uma suposta participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro:

"Estava me colocando como golpista por conta de um decreto de estado de defesa, sobre um papel que não tem nenhuma digital minha. Nosso advogado transformou em poeira essa acusação. Além do mais, documento só é documento quando assinado."

Bolsonaro disse considerar as eleições de 2022 uma página virada, mas lembrou que o TSE indeferiu uma petição do PL que questionava alguns pontos e ainda por cima multou o partido em 22 milhões de reais. Algo sem precedentes.

Também lembrou que foi proibido de fazer lives da sua casa, assim como não foi permitido que usasse imagens do 7 de setembro na campanha. Ou mesmo usar falas antigas do ex-presidente Lula sobre aborto e coronavírus – enquanto seus aniversários podiam usar todo o seu histórico de declarações polêmicas, apontando que não houve isonomia no tratamento das duas candidaturas por parte do TSE.

Um verdadeiro "terremoto político".

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