O dilema da esquerda: Medo da verdade, desinformação ou perversidade?

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“Perde-se o Brasil (digamo-lo em uma palavra) porque alguns Ministros de Sua Majestade não vêm cá buscar nosso bem, vêm buscar nossos bens... El-rei manda-os tomar Pernambuco e eles contentam-se com o tomar. Este tomar o alheio é a origem da doença. Toma nesta terra o ministro da justiça? Sim, toma. Toma o ministro da república? Sim, toma. Toma o ministro da fazenda? Sim, toma. Toma o ministro do Estado? Sim, toma. E como tantos sintomas lhe sobrevêm ao pobre enfermo, e todos acometem à cabeça e ao coração, que são as partes mais vitais, e todos são atrativos e contrativos do dinheiro, que é o nervo dos exércitos e das repúblicas, fica tomado todo o corpo, e tolhido de pés e mãos, sem haver mão esquerda que castigue, nem mão direita que premie; e faltando a justiça punitiva para expelir os humores nocivos, e a distributiva para alentar e alimentar o sujeito, sangrando-o por outra parte os tributos em todas as veias, milagre é que não tenha expirado”. (“Sermão da Visitação de Nossa Senhora” - padre Antônio Vieira- Salvador, Bahia – 1641- perante o vice-rei, marquês de Montalvão).

O ano é 1641, e padre Antônio Vieira, revoltado, denunciava a roubalheira que ocorria no Brasil e chamava de milagre o fato da nação ainda não ter ido a falência.

Em 8 de junho 2023, a revista inglesa The Economist publicou um artigo intitulado: 

“Por que os trabalhadores latino-americanos são tão marcadamente improdutivos”? (Why are Latin American workers so strikingly unproductive?). 

Nele a revista faz um levantamento dos 50 últimos anos e tenta explicar as causas da baixa produtividade dos latino-americanos e os custos sociais e econômicos da região.

Mostra a canastrice dos formuladores de politicas na América-latina e como “os fanáticos inventaram slogans para descrever a fonte do crescimento abismal da região”. Chama a década de 1980 de “década perdida” durante a qual uma cadeia de crises fiscais levou 16 governos da região à inadimplência.

“A década de 1990 foi passada na ‘armadilha da renda média’, na qual, segundo a teoria, o salto complicado da indústria de baixa para alta tecnologia impede os países de se desenvolverem plenamente”.

Na década seguinte explica que tudo permaneceu do mesmo jeito “mesmo quando, no final dos anos 2000, os preços das commodities subiram, começaram a murmurar sobre a ‘maldição dos recursos’, que ocorre quando as bonanças de energia e mineração desencorajam o investimento em manufatura”.

Afirma a revista que:

“Em 1962, a renda per capita da América Latina era três vezes maior que a do Leste Asiático. Em 2012, as duas regiões tinham o mesmo patamar. Em 2022, o Leste Asiático foi cerca de 40% maior do que o da América Latina. Quando as diferenças de poder de compra são levadas em conta, o PIB per capita dos latino-americanos está estagnado em pouco mais de um quarto do de seus vizinhos nos Estados Unidos nas últimas três décadas. De acordo com o Banco Mundial, entre 2010 e 2020, a América Latina foi a economia regional de crescimento mais lento do mundo”.

Repetindo:

“Em 1962, a renda per capita da América Latina era três vezes maior que a do Leste Asiático... entre 2010 e 2020, a América Latina foi a economia regional de crescimento mais lento do mundo”

Por que antes crescíamos, tínhamos uma renda per capita três vezes maior que o leste asiático e agora andamos para trás, como caranguejos?

Fraco investimento? Baixa produtividade?

Diz a revista:

“De qualquer forma, o FMI acha que culpar o investimento pelo crescimento lento mistura causa com efeito. De acordo com sua análise, é o baixo crescimento da América Latina que tem causado seu baixo investimento. O investimento doméstico depende da poupança das famílias, da qual os trabalhadores da região têm relativamente pouco devido aos seus baixos salários. E o capital estrangeiro é escasso porque os investidores acham que colocar seu dinheiro em outro lugar renderá um retorno melhor”.

O Banco Mundial coloca os trabalhadores latino-americanos como o segundo menos produtivo do mundo, atrás apenas do Oriente Médio. O México é consistentemente o menos produtivo da OCDE, um clube majoritariamente de países ricos. O crescimento anual da produtividade na região tem definhado entre 0,2% e 0,5% desde 2000, de acordo com o Banco Mundial.

Em contraste, a produtividade do Leste Asiático aumentou mais de 2% a cada ano. Motivo? Educação! Esse é o fator principal. Todos os outros são secundários. Os “tigres asiáticos”, miseráveis na década de 60, descobriram a que a educação verdadeira, não a falsa educação, ministrada em nosso país e em todo continente latino-americano, é a chave para o progresso e investiram tudo o que tinham em educação. Agora colhem os frutos.

No Brasil temos 10 milhões de analfabetos oficiais, segundo o IBGE e 100 milhões de analfabetos funcionais, graças a “politica educacional-Paulo Freire” aplicada pelo PT nos 16 anos em que passou assaltando o Brasil.

“Antes da covid-19, os jovens latino-americanos de 15 anos estavam, em média, três anos atrás de seus pares na OCDE em testes de ciências, matemática e inglês. Essa diferença provavelmente será pior agora: de acordo com o Unicef, o fundo da ONU para a infância, as escolas na América Latina e no Caribe tiveram alguns dos lockdowns mais longos, permanecendo totalmente fechadas por 158 dias de março de 2020 a fevereiro de 2021, em comparação com a média global de 95 dias”.

Fechar tudo. Parar tudo. Os que nos obrigaram a tomar essa decisão, os que nos obrigaram a ficar encolhidos como coelhos assustados, agora nos governam!

Olhem para o governo atual. Todos os que criticaram o governo Jair Bolsonaro durante a pandemia (politiqueiros, influenciadores, militares-melancias, juízes, jornalistas, artistas, médicos…) estão em altos cargos, a começar por Lula e Nísia Trindade, atual ministra da saúde, que chamavam Bolsonaro de genocida e em março, segundo o Estadão, jogaram no lixo 27,1 milhões de vacinas. Os incompetentes queriam cargos. Cargos. Cargos e mais cargos. Poder. Poder a qualquer preço.

E o país? E a educação? E a economia?

“A OCDE calcula que menos da metade dos latino-americanos tem a capacidade de realizar tarefas básicas com um computador. É provável que isso envie empresas que estão procurando trabalhadores mais baratos para a Ásia e a África. Empresas de tecnologia americanas que recrutam na Guatemala e no Chile reclamaram em uma cúpula no ano passado que não conseguiam encontrar trabalhadores para preencher as vagas que estavam oferecendo”.

Soma-se ao fator educação, segundo a revista os oligopólios:

“... No Chile, as 50 maiores empresas respondem por mais de 70% do PIB. Na Colômbia, os conglomerados estatais respondem por 25% da receita das 100 maiores empresas... As leis de concorrência são escassas, enquanto a corrupção impede o progresso. Em muitas partes da região, acordos escusos entre empresas e governos podem prosperar”.

Um terceiro fator de nosso baixo crescimento é a Informalidade:

“No Brasil e no Peru, mais da metade da força de trabalho potencial está empregada informalmente. Na Bolívia, a proporção é de 82%, segundo a Organização Internacional do Trabalho... Em grande parte da região, os altos custos de contratação de pessoas - na forma de burocracia, contribuições previdenciárias e salários mínimos - impedem que pequenas e médias empresas empreguem pessoas formalmente”. 

Diz ainda a revista em sua longa reportagem:

“Enfrentar a maioria desses problemas é intragável para os políticos. Cerca de 300 milhões de pessoas em todo o continente passaram a depender de doações de gastos sociais para sua renda, saúde ou educação de seus filhos. O risco de perder seus votos impedirá que mudanças drásticas sejam feitas nessas políticas tão cedo. Enquanto isso, reprimir oligopólios poderia comprometer uma fonte de financiamento de campanha política. Tornar as indústrias mais competitivas também reduziria os lucros. É provável que o progresso na educação seja lento, até porque a região tem vários sindicatos de professores poderosos”.

Você que chegou até aqui lendo sobre as causas de nossa miséria, poderia pensar que o texto provocaria grandes debates e finalmente tomaríamos o caminho correto. Nada disso. No dia seguinte os “canhotas” de todos os matizes atacaram revista. Eis o teor de seus ataques:

- Os leitores online chamaram a manchete de "terrivelmente ofensiva" e "cheia de estereótipos”. 

- "É racista, é incendiário, é um insulto", disse Alexander Aviña, professor associado de história da Arizona State University, à NBC News em entrevista por telefone.

- "Existe um aspecto de isca de cliques neste título, neste argumento e no subtítulo, mas, ainda assim, acho que é incrivelmente insultante, objetivamente impreciso em vários níveis, e acho que é racista."

- Aida Velasco, cônsul para assuntos políticos e educação no Consulado Geral do México em Los Angeles, twittou que era uma manchete "infeliz" que estava "cheia de estereótipos".

- Ignácio Sánchez Prado, professor de estudos latino-americanos na Universidade de Washington em St. Louis, disse em entrevista por telefone que "existe uma estrutura existente que menospreza os países latino-americanos a estereótipos... peças como esta se alimentam dessa representação".

Mas, qual é a realidade?

Note que a revista mostrou as causas estruturais da baixa produtividade média do trabalho nos países latino-americanos, os poderosos oligopólios que silenciam a concorrência, dados do Banco Mundial informando que é a economia regional de crescimento mais lento do mundo, a falta de investimento dos governos em educação, concorrência limitada, uma grande economia informal e corrupção.

Essa realidade provocou a ira dos “canhotas”. Arrancou a máscara de suas faces. Responderam com palavreado oco de sempre, cheio de termos da moda atual do politicamente correto.

E por que fizeram isso? Seriam perversos, desinformados ou têm medo da verdade? Ou esses seres desejam manter os latinos americanos em eterna miséria e acreditam que o comunismo é superior a tudo?

São seres anunciadores de uma ideologia onde a razão que existe é a do marxismo. Seres que acham o máximo dar vazão a todas as vontades, paixões. Seres dominados pelos ódios, pelos sentidos.

Em qualquer protesto no Brasil ou em qualquer outro país da América Latina, estão lá “os camisas vermelhas”. Camisas com a foto de Che Guevara, Fidel, Mao, nas greves, passeatas, protestos de professores, professores com a cara do semi-analfabeto Lula estampada no peito. Professores, sim, professores, universitários intelectuais, artistas, influenciadores, apresentadores que negam as maldades do comunismo.

Negam e escondem as crueldades praticadas pelos comunistas em todos os lugares em que tomaram o poder e instalaram a ferro e fogo essa ideologia. Ignoram que a maldade comunista “criou o totalitarismo contemporâneo e privou os seres humanos de direitos, além de ter torturado, causado fome e assassinado mais pessoas do que qualquer ideologia na história”?

O horror! Sim, plantaram o horror: Segundo “O Livro Negro do Comunismo”, a quantidade de pessoas assassinadas - não pessoas mortas em combate, e sim civis comuns tentando viver suas vidas - pelos regimes comunistas foram:

- América Latina: 150 mil.
- Vietnã: 1 milhão.
- Leste Europeu: 1 milhão.
- Etiópia: 1,5 milhão.
- Coreia do Norte: 2 milhões.
- Camboja: 2 milhões.
- União Soviética: 20 milhões (muitos estudiosos acreditam que o número seja consideravelmente maior).
- China: 65 milhões.

Os adoradores dessa ideologia são perversos, desinformados ou tem medo da verdade?

Dennis Prager, colunista do “The Daily Signal”, afirmou:

“Os líderes dos regimes comunistas e as pessoas que os ajudaram a torturar, escravizar e assassinar — além das pessoas que denunciaram vizinhos por dizerem algum incômodo para os comunistas — eram pessoas praticamente normais. Claro que algumas eram psicopatas, mas nem todas. O que prova que qualquer sociedade — até as sociedades livres — podem descambar para o comunismo ou algo análogo”.

Lembrando o que a maioria da população esqueceu:

Em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff, do PT, sofreu Impeachment. Era o fim de 16 anos de roubalheira e corrupção. Deixaram como legado e como exemplo para os brasileiros: atraso, não progresso; mentiras, não verdade; roubo, não trabalho; gastança, não poupança.

Faz apenas 7 anos que isso aconteceu. Por que todos esqueceram? Por que deixaram que os mesmos que assaltaram a nação voltassem ao poder? 

Nota: Esse artigo cheio de números é dedicado a José J. de Espindola, articulista do JCO, mente privilegiada, Mestre em Ciências em Engenharia, que não recua de seus princípios e a todos o comentaristas de nossos textos que generosamente se posicionam porque adquiriram consciência moral e sabem que temos obrigação de lutar contra injustiças. Obrigado.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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