
Desesperados e pressentindo nova movimentação da sociedade, intelectuais de esquerda querem apagar 2013
10/06/2023 às 11:45 Ler na área do assinante
Em muitos dos meus textos falo da importância dos movimentos de Junho de 2013. Quem acompanha as articulações da canhota, também sabe que nos círculos intelectuais, fala-se muito sobre o assunto.
As manifestações que começaram pelo aumento da passagem em R$ 0,20 centavos, se transformaram em algo maior, que reuniu anos de indignação com a classe política brasileira. Os movimentos encerram em 2017, com o impeachment de Dilma, seguido da prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro.
Chegando a óbvia conclusão de que o governo atual tem rendimento pífio, onde liberais e mais radicais tendem a abandonar o atual presidente, o pessoal da Perseu Abramo, o núcleo pensante dos vermelhos, lembrou de como a percepção do movimento foi destrutiva ao PT naqueles anos, e que o ocorrido em 2013, poderia voltar a acontecer ao final do primeiro ano da gestão Inácio, visto a similaridade de tantas conclusões.
Nesse caso, é notório que querem reescrever o ocorrido, aplicar a narrativa, e esvaziar o verdadeiro contexto histórico dos movimentos.
Comece a enxergar que não só militantes, como a grande mídia começa a reverberar o assunto por outra ótica. Acreditam que tirando o núcleo central da motivação real dos acontecimentos, novas ofensivas seriam desmotivadas.
E eu acredito que isso possa acontecer também.
O poder da narrativa é fenomenal.
Agora que as camisas amarelas são rotuladas como “Bolsonaristas” você pode colocar cinco milhões na Paulista, que a grande mídia vai chamar de movimentação golpista. Porém, se todo mundo sair sem camisa nem bandeira, como vão dizer que não é um legítimo protesto popular?
Embora tentem apagar o passado, é preciso lutar para manter a memória. Tirar a legitimidade de algo bom é o começo de um planejamento no imaginário, que sempre termina em uma realização política. Não houve intervenção americana, ou nenhuma fantasia que queiram inventar. O que houve foi uma indignação legítima da sociedade. Querem avacalhar até isso.
Não deixem apagar 2013.
Parece que não, mas tem muito em jogo.
Victor Vonn Serran
Articulista