Ludmila faz a declaração mais aterrorizante de todos os tempos sobre a Justiça
02/06/2023 às 10:05 Ler na área do assinanteNos últimos tempos vimos cada vez mais profissionais sendo severamente punidos por ‘crimes de opinião’... Jornalistas, médicos, parlamentares, prefeitos até que, inacreditavelmente, magistrados começam a ser punidos por emitirem opiniões, sejam elas quais forem.
O ativismo judicial chegou num ponto qual a uma juíza, Ludmila Lins Grilo, foi compulsoriamente aposentada, exatamente por emitir opiniões divergentes e ao mesmo tempo abrir mão do seu direito de recorrer da (raríssima) decisão.
Ludmila disse algo aterrorizante:
"É obvio que a Justiça não vai funcionar adequadamente em um ambiente ditatorial criado pela própria Justiça, declarou a Dra. Ludmila. Preocupante porque se um magistrado não se sente confiante para defender seus próprios direitos, o que dizer de nós, simples mortais?”.
O ‘crime’ de Ludmila foi ter publicado alguns tuítes onde criticava o ativismo judicial e a influência de organismos internacionais sobre o Judiciário no Brasil, criticas repetidas numa causa de uma palestra em 2019.
Resumindo, uma juíza foi aposentada só por ter emitido uma opinião.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Ludmila esclareceu os motivos que levaram os desembargadores do Órgão Especial do TJ-MG a tomar a medida, a mais drástica possível contra um magistrado:
“Me parece que eu fui exatamente no ponto. Eu acho que eles não só tiraram o meu cargo. Há muitos meses, o ministro Alexandre de Moraes tirou as minhas redes sociais. Hoje em dia, elas só podem ser vistas no exterior ou pelo uso de VPN. Não sou vista mais no Brasil.
E me parece que eles fizeram isso porque eu peguei no ponto fraco, consegui identificar o que eles estavam fazendo e eu tinha uma capacidade de transmitir aquilo para uma grande quantidade de pessoas, eu conseguia desmascarar publicamente o que estava sendo feito”.
Se estamos num país onde nem um deputado federal que goza de imunidade parlamentar, nem um magistrado pode emitir opinião – então estamos muito longe de ser uma democracia plena.
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Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.