Há cerca de uma semana, o senador Randolfe Rodrigues do Amapá deixou o seu partido Rede, por desentendimentos com a ministra Marina Silva.
Senadores valem ouro para os partidos políticos. Em qualquer ameaça de mudança, qualquer atrito, sempre provocam uma corrida dos caciques partidários atrás do eventual senador que esteja pensando em mudar de ares, por qualquer que seja a razão.
Estranhamente com o senador Randolfe Rodrigues isso não acontece, muito pelo contrário. O PT que é o partido que seria o destino natural para o senador, nos bastidores começa a ensaiar uma certa resistência ao nome do representante amapaense.
Os petistas que estão longe de serem discretos, alegam que o senador Randolfe é muito polêmico e eloquente – um eufemismo para dizer que ele é brigão e fala demais.
O pior é que Randolfe já foi petista e também teve passagem pelo partido da extrema esquerda PSOL. O fato é que Randolfe talvez tenha sido a pessoa que mais contribuiu para total desvalorização do senado, pois fosse qual fosse a matéria ele sempre recorria ao STF, judicializando o que era pra ser um trabalho legislativo, fugindo às regras do jogo político.
Nenhum outro partido, nem mesmo PSOL, mostra interesse em receber Randolfe em seus quadros.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.