Do discurso de Trump retiro uma frase que sintetiza as suas pretensões.
‘Nós, cidadãos da América, estamos agora unidos em um grande esforço nacional para reconstruir o nosso país e restaurar a promessa para todo o nosso povo. Juntos vamos determinar o curso da América e de todo o mundo por muitos e muitos anos... O establishment protegeu a si próprio, mas não os cidadãos de nosso país. As vitórias deles não foram vitórias do país. Esse dia marca a data em que o povo se tornou soberano desta nação novamente’.
Os EUA cresceram como imperialistas e tornaram-se a maior potencia mundial, econômica e militarmente, com as suas estratégias. A globalização é fruto de uma estratégia norte-americana.
O imperialismo europeu se baseou na exploração de recursos naturais externos, conquistando militarmente novos territórios tornando os colônias.
A partir do final da Segunda Guerra Mundial desenvolveu um novo modelo imperialista. Não mais a exploração de recursos naturais das colônias para serem industrializados na metrópole, mas a exploração da mão-de-obra barata dos países subdesenvolvidos para a produção industrial de baixo custo, e serem consumidas pela demanda norte-americana.
Esse novo modelo - caracterizado como globalização - sacrificou milhões de empregos industriais bem remunerados nos EUA, sendo substituídos por empregos pior remunerados nos países subdesenvolvidos.
A visão de Trump é que retomar os EUA potencia é preciso deixar de ser imperialista, explorando mão-de-obra barata das suas "colonias", para produzir mais, ainda que mais caro.
Dará certo? E o resto do mundo?
Jorge Hori
Jorge Hori
Articulista