Brahma ou brahma? Paixão e ressurreição
Michel Temer – além de Vice-Presidente da República e encarregado oficial pela articulação política do governo, não serviu nem para coroinha
29/06/2015 às 22:39 Ler na área do assinanteBrama, Bramá ou Brahma completa a Divina Trindade do hinduísmo – a Trimúrti – junto com outros dois deuses, Vishnu e Shiva.
Você leu acima o nome Lula? Não! Lógico, que não. O nosso Brahma é outro, e está encarregado de outras místicas sectárias.
Que Brahma é deus do PT, agora sabemos; antes o conhecíamos pelo epíteto Lula. Que é dado a entregar-se ao mundo do onisciente vazio niilista embalado pelo alucinógeno com marca registrada Brahma, a cerveja, também sabemos. O que não se sabia era que Lula – o deus da religião monoteísta PT – era o Brahma para quem os empresários rezavam por um bom milagre. E que bom deus é este! Atende a todos os pedidos de seus fiéis, sempre; claro, quando não faltam com o seu dízimo. E tal como todo deus que se preze, Brahma também tem a sua antagônica entidade que emerge das trevas para desafia-lo. Os leitores podem escolher o capeta que quiserem...mas um anjo caído eu posso nominar: Dilma Rousseff.
- Não era pra ser assim! Esbraveja Brahma, lá do alto do seu céu vermelho. Essa anjA me traiu...é o que parece estar sussurrando aos ouvidos transcendentes de seus exércitos celestiais metafísicos.
Mas deuses não morrem nem se dão por vencidos. Bastou a anjA abandonar a santa-terra do Planalto para Brahma surgir diante de seus fiéis duvidosos e indecisos para ungirem-se eles as testas e traze-los de volta ao rebanho.
Enquanto Dilma cumpre sua agenda internacional nos EUA, junto a empresários estrangeiros para seduzi-los a voltar a investir no Brasil, o Brahma corre para Brasília para entrever-se com membros das bancadas do partido no Senado e na Câmara Federal tendo em mãos as tábuas sagradas do Brahmismo que contêm seus mandamentos: reagir vigorosamente a Operação Lava-Jato e realinhar as relações de compadrio com o PMDB. Michel Temer – além de Vice-Presidente da República e encarregado oficial pela articulação política do governo, não serviu nem para coroinha da missa negra.
As novas escrituras surgiram do encontro da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores ocorrido semana passada. O que está lá escrito é de fazer qualquer ser covarde se converter ao Bramhismo, antes do Juízo Final.
O que decidiu o exército de Brahma?
Convocar Ministros de Estado para explicarem-se perante deus acerca de suas práticas infiéis. Vão na lista: o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, o Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa e, o Ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência do Brasil, Miguel Rosseto.
Segundo as ordens celestiais Cardoso deve confessar por que ele permitiu que a Polícia Federal – a mesma que os membros do PT vivem dizendo que só a partir do governo deles conseguiu autonomia para investigar fosse quem fosse – avançasse sobejamente nas investigações e permitisse que levassem tantos fiéis dizimistas para a cadeia. De Barbosa querem que ele enfrente duramente Joaquim Levy – um anjo infiltrado – a fim de desarticular o seu plano de reajustes que visa recolocar o país nos trilhos da prosperidade, segundo suas crenças. E, finalmente, de Miguel Rosseto exigem que tome o seu cajado e pastoreie os movimentos sociais que andam se afastando demais do partido, reunindo-os numa grei que sustente a imagem deificada de Brahma nas ruas, mantendo a unidade e a promessa da reencarnação ainda em vida de um projeto de poder hegemônico que os levará de volta ao paraíso.
E nós, os ateus-partidários? Ah, senhor! Quanto pecado há neste mundo...político. Não os perdoe, pois eles bem sabem o que fazem.
Aconselho. Rezem pelo melhor e aguardem pelo pior. Assim seja!
JM Almeida
JM Almeida
João Maurino de Almeida Filho. Bacharel em Ciências Econômicas e Ciências Jurídicas.