Em entrevista bombástica, Bolsonaro fala sobre o ‘silêncio’ de Mauro Cid e cobra o mesmo rigor para Adélio (veja o vídeo)
19/05/2023 às 17:12 Ler na área do assinanteO ex-presidente Jair Bolsonaro foi abordado por jornalistas logo após o comparecimento de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, para prestar depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (18), em Brasília.
Cid, que está preso desde o último dia 3 de maio, é suspeito em um suposto caso de tentativa de fraude de cartões de vacina, que incluiriam a alteração dos dados vacinais de pessoas do entorno do ex-presidente, incluindo o próprio Bolsonaro e sua filha, Laurinha.
Mas o oficial do exército exerceu o direito de permanecer em silêncio.
Jair Bolsonaro esclareceu que não manteve mais contato com Cid, desde a prisão, ressaltou que o caso corre em segredo de justiça:
“O que eu vi agora no rodapé de uma TV lá é que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele. Ele foi um excelente oficial do exército brasileiro, é jovem ainda, forças especiais, comando, paraquedista, foi primeiro lugar em quase todos os cursos que fez. Ele fez o melhor de si e peço a Deus que não tenha errado. Nós procuramos fazer tudo certo”.
Bolsonaro voltou a dizer que nào havia qualquer motivo para fraudar o próprio cartão de vacina e lembrou de uma outra situação em que seus dados vacinais foram alterados na base de dados do Ministério da Saúde:
“Não tinha exigência de eu entrar nos Estados Unidos e estar vacinado. A primeira fraude no meu cartão de vacina foi aquela em Peruche, em São Paulo, no dia 19 de julho de 2021 e no dia 18 eu estava em Brasília, dei alta do hospital. E parece que a investigação disso está indo pra frente. E no meu entender, parece que tem indício fortíssimo ali de quem fez aquilo, porque o e-mail de quem me inscreveu lá era lula@gmail".
Jair aproveitou ainda cobrar a retomada das investigações no caso de sua tentativa de assassinato por Adélio Bispo, na facada que levou em Juiz de Fora, na campanha eleitoral de 2018. Para ele, os indícios são muitos, mas não estão sendo investigados com o mesmo rigor:
“Tem noticia de que ele será posto em liberdade brevemente. Um dia ele tem que ir pra rua, mas tem indícios fortíssimos de que dá para apurar aquilo. Alguém tentou entrar na câmara naquele fatídico 6 de novembro de 2018, usando o nome falso dele, alguém que queria criar um álibi se ele conseguisse fugir do evento lá em Juiz de Fora”, disse o ex-presidente.
Na sequência, citando ainda outras situações suspeitas que podem ser investigadas a fundo, como a presença imediata de vários advogados para defender o criminoso, a morte suspeita de pessoas da pensão onde o mesmo se hospedou nos dias que antecederam a data da facada e ainda as informações, com imagens e registros, que Adélio teria tentado surpreender Carlos Bolsonaro em pelo menos duas oportunidades, talvez para também tentar assassiná-lo.
Sem dúvida, é surpreendente a ‘ferocidade e eficiência’ que a ‘justiça’ impõe para tentar resolver o caso das supostas alterações em cartões de vacina, crime que sequer prevê penas pesadas ou mesmo a prisão imediata, enquanto aceita ‘mansa e preguiçosamente’ a narrativa que lhe foi imposta pelos advogados de Adélio, de que ele teria agido sozinho…
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