Folha critica duramente a política externa do ex-presidiário e provoca a ira dos petistas

09/05/2023 às 09:11 Ler na área do assinante

Folha de S.Paulo começa a perceber que "desse mato não sai Coelho" e sutilmente começa a se afastar do governo Lula. A prova disso é o editorial do jornal paulista publicado no domingo (7), o dia com maior número de leitores.

A Folha escolheu esse dia para causar um maior impacto ao criticar a reaproximação de Lula com ditaduras latino-americanas de esquerda como Cuba, Venezuela, Nicarágua e regimes fracassados, também socialistas, como Argentina e Bolívia. 

A Folha refrescou a memória de seus leitores dizendo que se Lula insistir com plano de transferência de capital público brasileiro para Argentina, país que vive um caos econômico tão grande que não tem mais dólares em circulação e a inflação ultrapassou 100%. Foi essa receita que levou os governos petistas a tomarem um calote de 4 bilhões de reais da Venezuela, reforça o editorial.

Acostumado a refutar a verdade, Lula não reconhece que o fracasso argentino é culpa do seu amigo, o atual presidente Alberto Fernandes e sua vice Cristina Kirchner. Como fazia nos anos 80 Lula culpa o FMI pela desgraça Argentina. O que obviamente não é verdade.

Em seu editorial a Folha corrige:

“A responsabilidade pelo caos argentino é de sucessivos governos a direita ou à esquerda, mas todos reféns do peronismo que geram a economia de modo irresponsável. Fernandes e suas políticas populistas tornaram a situação mais dramática nos últimos anos. Felizmente Lula ainda não entregou o dinheiro brasileiro ao vizinho, limitando-se a uma tentativa até aqui infrutífera de ampliar o comércio por meio de promessas de crédito a exportadores brasileiros e compradores argentinos", ratifica. 

O editorial termina dizendo que o Brasil está no caminho errado ao exercer sua influência para dar suporte a políticas fracassadas que sabotam o desenvolvimento de todos na América Latina.

O jornal realmente parece disposto a provocar a ira dos petistas, no dia 30/04, desse ano em outro editorial disse sobre o retorno de Bolsonaro ao Brasil que “o bolsonarismo até poderia (...) liderar uma oposição saudável ao PT”. 

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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