Cabe cautela na análise da posição de Arthur Lira sobre a PL 2630.
As alterações que a Câmara fez incomodaram tanto, que o pessoal do TSE teve de ir lá entregar “sugestões”. Embora o cenário aparente é de caos, muita coisa fica fora do entendimento real, principalmente quando o assunto é política.
Partidos de centro votaram em bloco pela urgência, mas sem comprometimento de votar favorável ao mérito na terça-feira que vem.
Algo já esperado por conta de um acordo para garantir a votação na semana posterior.
Pense que agora, com os votos abertos, a população vai poder saber quem cobrar.
Na reunião de líderes muitos do novo blocão de Lira se disseram a favor, um efeito das emendas liberadas e de articulações do governo para agradar os deputados. Ir contra isso era perder poder na Câmara. Então o negócio foi protelar e negociar.
Jogar Lira contra a direita é justamente o que a esquerda mais deseja. O líder da Câmara teve indicações subjugadas pelo governo e cargos indicados removidos. Ele não está a favor do PT, mas não vai se suicidar politicamente quando a maré não for a favor. Política é jogo e articulação. Quem ainda não entendeu, precisa estudar mais. O retorno pode vir até sexta, com o susto nos novos decretos do Marco do saneamento e das armas.
Se for para cobrar alguém, esse alguém é Marcos Pereira. Os votos do Republicanos desequilibraram o placar, e deram vantagem ao governo. Como a CPMI vai rolar, o dinheiro que iria para contornar a instalação agora vai para a escolha da presidência e relatoria, assim como para pautas que o governo vê como urgentes. Não é porque o barco balançou que ele acabou afundando. Ainda temos jogo, e já que o lance é mobilização, vejam as votações e intensifiquem as cobranças.
Ficar lamuriando nas redes por não estar no mundo ideal, não vai ajudar em nada. Cobrem seus parlamentares e segurem críticas que vão mais atrapalhar que ajudar.
Mantenham o foco.
Victor Vonn Serran
Articulista