Uma mesma novela: A reprise com atores diferentes

21/04/2023 às 19:15 Ler na área do assinante

Não é incrível?

Pode parecer que não, mas a DEMISSÃO do General G. Dias não nos remete a fatos do passado em que, como sempre, o presidente “NÃO SABIA DE NADA”?

De qualquer forma é sempre importante destacar que José Dirceu assumiu a responsabilidade do MENSALÃO para que o mesmo presidente do passado e o mesmo de atualmente não fosse responsabilizado e fosse “impichado”.

Por essa proeza e de ter desviado para si as acusações do MENSALÃO, Dirceu foi condenado a uma pena de 7 anos e 11 meses de prisão que passou a cumprir em 15 de novembro de 2013, após se esgotarem as possibilidades de recurso.

Não bastasse, em uma decisão, Barroso atendeu ao pedido da defesa de Dirceu e seguiu parecer favorável à extinção da pena, enviado em junho ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, isso em 17/10/2016.

Tal fato se deu em função do ministro entender que o petista atendia aos critérios do chamado indulto natalino, decreto presidencial previsto na Constituição e publicado anualmente. O indulto prevê o perdão da pena para condenados que se encaixam em pré-requisitos definidos pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária: era réu primário e cumpriu um quarto da punição à qual foi condenado.

Interessante é que verificamos que em 21/04/2022 o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto concedendo GRAÇA ao deputado Daniel da Silveira que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Um direito constitucional do presidente, mas que além de não cumprido não conseguiu evitar que o Deputado fosse e continue preso.

Importante até mesmo destacar que José Dirceu teve nova condenação de 27 anos e um mês por participação pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro em desvios na PETROBRAS, referendada pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que rejeitou recursos e decidiu em 19/04/2022 manter a condenação do ex-ministro José Dirceu na Operação Lava Jato.

A decisão foi tomada por unanimidade.

Decisão essa que até agora não foi respeitada estando o ex-ministro totalmente solto e sem nem mesmo tornozeleiras.

E é o que deve acontecer no futuro com o novo “LARANJA DO PRESIDENTE” das supostas invasões e destruições ocorridas no palácio, que já se desligou do governo (a exemplo de como o fez no passado José Dirceu) tendo garantida que penalidades jurídicas jamais o atingirão.

Nada acontece de novo.

A vida é cíclica, porém a sociedade não aprende com seus erros e os erros de seus governantes o que permitirá que essas situações voltem a acontecer novamente.

Poderia terminar este artigo simplesmente desejando que se fizesse justiça, entretanto ela se fará, da mesma forma como foi feita com o ator do passado.

Jayme Rizolli.