O drama das brasileiras que perdem a vida pelas mãos dos companheiros no exterior

20/04/2023 às 19:38 Ler na área do assinante

Dessa vez foi no Chile, onde a brasileira Nayara Vit, que tinha 33 anos, morava há 16 anos.

Ela fazia sucesso como participante de um popular programa de TV chileno. No dia da morte, em 8 de julho, ela estava no apartamento com o então namorado e a filha de 4 anos (fruto de outro relacionamento). Inicialmente, sua morte foi dada como suicídio. Neste ano, o Ministério Público chileno acusou o namorado da brasileira, Rodrigo Del Valle Mijac de ter jogado a modelo brasileira de uma sacada.

MODELOS BRASILEIRAS ATIRADAS DE PREDIOS NO EXTERIOR É FATO RECORRENTE

O assassinato de Nayara Vit em Santiago é uma tragédia, mas, infelizmente, não é uma surpresa. Feminicídios assim são recorrentes. Cerca de semanas atrás, no dia 30 de março a modelo brasileira, Emmily Rodrigues Santos Gomes, de 26 anos, morreu ao cair (ou ser atirada) de uma cobertura de luxo de edifício localizado em Buenos Aires onde residia. 

A cobertura pertencia ao empresário Francisco Sáenz Valiente, de 52 anos, e de uma amiga, a médica Juliana Magalhães Mourão, de 37.

Existem gravações do empresário ligando para a polícia argentina alegando que Emily estava sofrendo um ‘surto psicótico’, porém nessas gravações pode-se ouvir ao fundo Emily gritando por socorro em espanhol.

Outros vizinhos também ligaram para a policia argentina contanto outra história que havia uma moça no prédio gritando por ajuda – e suicidas não pedem socorro. Mais estranho, quando a amiga de Emily, a medica Juliana Magalhães Mourão deixou o prédio, os policiais já estavam no térreo socorrendo a brasileira.

Eles perguntaram se Juliana conhecia a vitima e ela disse que não.

Por essas inconsistências, o empresário Valiente foi preso em flagrante e aguarda julgamento. Se condenado à pena máxima, o empresário pode pegar prisão perpétua. 

Em Portugal, um caso ainda mais dramático, a adolescente e modelo de sucesso Jeniffer Viturino, de 17 anos, encontrada morta em Lisboa, no hall de um prédio de luxo em abril de 2011.

O Ela teria ‘caído’ do apartamento do namorado e empresário Miguel Alves da Silva, de 31 anos, que ficava no 15º andar. O empresário não esteve presente ao funeral da namorada.

Jeniffer já havia sido agredida por Miguel anteriormente, mas não quis prestar queixa à época.

Depois de sua morte, outras namoradas de Miguel se apresentaram e relataram ter sido agredidas, uma delas inclusive foi trancada num quarto da mesma cobertura e só foi libertada por que um vizinho chamou a polícia que a resgatou.

Mesmo com esses antecedentes, a Policia Judiciária de Lisboa cedeu à xenofobia e arquivou o inquérito como inconclusivo.

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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